Inversão de prioridades no investimento do Serviço Regional de Saúde da Madeira

Inversão de prioridades no investimento do Serviço Regional de Saúde da Madeira

A presidente do Conselho Médico da Região Autónoma da Madeira (CMRAM) da Ordem dos Médicos considera que há uma inversão de prioridades no investimento do Serviço Regional de Saúde. Em causa está o novo sistema de controlo de assiduidade que vai ser montado. Henriqueta Reynolds, em declarações à RTP Madeira, defendeu que o que é preciso são mais gabinetes para os médicos poderem trabalhar.

O Hospital do Funchal decidiu investir 200 mil euros num sistema electrónico de controlo de assiduidade, que vai ser montado no próximo ano e será também usado depois nos centros de saúde. Os profissionais não estão contra, mas olham com cautela para a decisão. Os enfermeiros, por exemplo, temem que o sistema sirva para outros usos e por isso esperam que o sistema “garanta os direitos dos trabalhadores”.

Henriqueta Reynolds, por seu turno, considera que sobram prioridades em que investir. A presidente do CMRAM pergunta: “Não se investiu porquê em gabinetes para receber os familiares para dar notícias menos agradáveis ou esclarecer os próprios doentes que não na enfermaria ou nos corredores, como é costume?”.

De acordo com a dirigente regional da Ordem, “este sistema é um sistema oneroso e seria muito mais dignificante para a classe e para a própria hierarquia que se fizesse um sistema baseado na confiança entre os directores de serviço e os seus elementos, não era necessário um investimento tão grande”.

“O trabalho não se pode medir a metro como se medem tecidos ou ao quilo como nas mercearias, o trabalho tem que ser feito, não é obrigatório ser feito em duas, quatro ou seis horas, muitos médicos trabalham na sua casa”, concluiu Henriqueta Reynolds, que referiu ainda que “os espaços existentes, como por exemplo a biblioteca, não têm as condições necessárias para reuniões entre médicos”.

20 de agosto de 2014

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