Clínicos de medicina interna obrigados a garantir urgência de AVC

Clínicos de medicina interna obrigados a garantir urgência de AVC

Desde 2011 que o Hospital Garcia de Orta tem dificuldades em assegurar escala completa, até agora só feita com neurologistas. Bastonário dos médicos afirma que internistas estão sobrecarregados e sem capacidade de resposta.

 

A partir de dia 9 os especialistas de medicina interna do Hospital Garcia de Orta, Almada, vão ter de integrar a escala da Via Verde AVC durante a noite, para garantir que o sistema criado para dar resposta mais rápida a estes doentes esteja finalmente a funcionar 24 horas dia, todos os dias do ano. José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, diz que os médicos estão a ser "pressionados além dos limites", por serem poucos e darem resposta ao serviço e às urgências do hospital, o que coloca em risco a segurança dos doentes. O hospital esclarece que a Via Verde AVC já cobre 95% dos casos e que com este reforço da equipa será possível responder a 100%. Quando o serviço não está ativo, os doentes são encaminhados para outro hospital.

A carta de aviso enviada aos 11 médicos internistas dizia que a partir de ontem os internistas tinham de fazer parte da escala noturna da Via Verde AVC. Prazo que foi entretanto alargado. "A obrigação foi adiada uma semana, para 9 de maio. Os profissionais estão vergonhosamente a ser pressionados além dos limites. É inaceitável. O hospital não quer contratar mais meios e então impõe", afirma ao DN José Manuel Silva, bastonário dos médicos, que na semana passada enviou uma carta à diretora clínica do hospital contestando a decisão.

“A Ordem não aceita porque coloca em risco a segurança dos doentes. As equipas são exíguas, têm resposta limitada e agora querem obrigar os poucos internistas – são 11 – a serem responsáveis pela Via Verde AVC, quando não têm capacidade para a urgência. Não aceitamos mais sobrecarga para pessoas que já trabalham além dos limites. As pessoas não estão disponíveis porque não conseguem assumir mais responsabilidade e mais trabalho. Um médico não consegue fazer três funções", acrescenta o bastonário, referindo que o horário a cumprir seria o noturno, período que os neurologistas do hospital não conseguem assegurar.

 

Fonte: Diário de Notícias, 2 de Maio 2016

2 de maio de 2016

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