Falta de anestesistas no Algarve deixa quase metade das cirurgias no privado

Falta de anestesistas no Algarve deixa quase metade das cirurgias no privado

 

Directora da Neurocirurgia demitiu-se esta semana por não haver anestesistas para operar. Existem actualmente 17 e o hospital quer contratar mais 30. Cirurgias no privado já custaram quatro milhões.

 

A falta de médicos anestesistas no Centro Hospitalar do Algarve (que inclui os hospitais de Faro e de Portimão) implica que cerca de 40% das cirurgias estejam a ser feitas neste momento no sector privado, segundo dados avançados ao PÚBLICO por diversas fontes hospitalares. As mesmas fontes garantem que o conjunto destas cirurgias feitas em hospitais privados já custou quatro milhões de euros ao orçamento do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) só no ano passado.

Ao PÚBLICO, o presidente do CHA, Joaquim Ramalho, assume que “há muitas cirurgias” a ser feitas no sector privado, mas coloca a fasquia nos 23%. “Os dados disponíveis rondam os 22% a 23% no total da actividade cirúrgica realizada a doentes admitidos nos hospitais da região do Algarve”, contrapõe o administrador, sem contudo revelar quanto é que isto custa ao orçamento do CHA. “É arriscado dar-lhe, em termos médios, esse valor, isso depende muito da casuística”, afirma. “O que posso dizer é que os preços que estão fixados no âmbito das tabelas do SIGIC [Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgia] são mais baratos do que os preços nas tabelas do SNS.”

Fonte do CHA, que solicitou para não ser identificada, garantiu ao PÚBLICO que os dados do SIGIC, sistema que tem como objectivo minimizar o período que decorre entre o momento em que um doente é encaminhado para uma cirurgia e a realização da mesma, provam que grande parte da actividade cirúrgica do centro hospitalar está a ser feita em hospitais privados. E atira com um exemplo: o Hospital Particular do Algarve [que integra o pólo de Gambelas e o Pólo do Alvor] tem tido um aumento exponencial no que diz respeito ao movimento cirúrgico, primeiro porque não há ortopedistas em número sufi ciente no Centro Hospital do Algarve e, por outro, devido ao próprio sistema do SIGIC.

 

Fonte: Público, 6 de Maio 2016

6 de maio de 2016

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