Creches exigem tipo sanguíneo de crianças

Creches exigem tipo sanguíneo de crianças

Profissionais de saúde criticam exigência "perfeitamente inútil" para inscrições. Procedimento faz parte de uma portaria de 2011 do Ministério da Segurança Social

 

O Colégio de Pediatria (CP) da Ordem dos Médicos (OM) "está totalmente de acordo" com um grupo de médicos e enfermeiros de família de Lisboa que denuncia ser "pedida com frequência" a determinação do grupo sanguíneo de bebés e crianças para a inscrição em creches. Garantem que o procedimento, incluído numa portaria do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social em vigor desde 2011, "é desnecessário" e "não traz benefício para a criança". A OM vai fazer chegar ainda esta semana o parecer do Colégio de Pediatria ao Ministério da Saúde, para exigir a extinção de um procedimento que "para as creches não traz qualquer mais-valia". O CP vai mais longe e classifica a exigência como "perfeitamente inútil".

Também a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) considera o procedimento "um disparate completo", diz Rui Nogueira, presidente da APMGF. "Ninguém vai fazer uma transfusão de urgência sem antes realizar uma colheita de sangue para ter provas cruzadas", sublinha. "Submeter crianças a esse exame por curiosidade não é recomendável. Não serve para nada", conclui.

"Nos meus dois colégios e do conhecimento que tenho dos nossos associados, ninguém obriga a fazer esse exame", garantiu ao CM Marta Sobral, presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular.

 

Fonte: Correio da Manhã, 16 de Junho 2016

 

16 de junho de 2016

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