Na Póvoa de Varzim, automóveis impedidos de chegar às urgências durante cerca de meia hora por causa de espetáculo pirotécnico.
Por causa do fogo de artifício das festas de Nossa Senhora das Dores, o acesso automóvel às urgências do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde (CHPV/VC) esteve cortado, sábado e domingo à noite, cerca de meia hora. A denúncia foi feita pela vereadora do PS, Elvira Ferreira, que considera 'inconcebível" e "terceiro-mundista" que, por causa de uma festa, se ponha em risco o socorro. Para Elvira Ferreira, só pelo barulho que faz, o fogo de artifício à porta do hospital não deveria sequer ser permitido. O presidente da Câmara diz que a questão deve ser ponderada. "Não podemos ter o acesso à Urgência cortado por causa de um foguetório. Isto parece um país de Terceiro Mundo", afirmou a vereadora eleita pelo PS. Por motivos pessoais, Elvira teve de se deslocar, no domingo à noite, à Urgência Pediátrica. Ficou "chocada": estava no hospital, quando, 10 minutos antes do fogo preso, que se realiza, à meia-noite, nos jardins do meio da via do Largo das Dores, cortaram o acesso automóvel; seguiu-se "o pânico das crianças da Urgência Pediátrica, assustadas com o barulho" e a aflição de quem "quis chegar ao hospital e teve de ir a pé, com filhos doentes nos braços". Situação semelhante tinha ocorrido no sábado à noite.
"Não é admissível", diz Elvira Ferreira, que, psiquiatra de profissão, lembra "o efeito perturbador" que um barulho daqueles, a dois passos da porta, pode ter, por exemplo, "para doentes cardíacos", àquela hora já a descansar.
É à Câmara que cabe autorizar o fogo de artifício. O presidente, Aires Pereira, reconhece que a questão levantada pela vereadora do PS "é pertinente". Atualmente, lembrou, as urgências poveiras – Médico-cirúrgica e Pediátrica – funcionam 24 horas por dia e servem 150 mil habitantes.
Fonte: Jornal de Notícias, 21 de Setembro 2016