«Escapadela do Mês» no boletim Medi.com

«Escapadela do Mês» no boletim Medi.com

A alma dos Moinhos do Paneiro é o Alentejo

 

Estrada entre Santiago do Cacém e Cercal, a N 120. A certa altura é Vale Seco, um povoado disperso por montes tipicamente alentejanos, um deles é Moinhos do Paneiro, hoje um alojamento rural que oferece respostas simples mas de algum requinte para o cansaço e o stresse das grandes cidades.

Num sítio mais alto, um aglomerado de pequenas casas restauradas com gosto é o que compõe o conjunto que inclui ainda dois velhos moinhos que deixaram de velejar há muito, mas que são a prova viva da atividade dos tempos mais recuados em que a farinha se moía ali.

“A alma dos Moinhos do Paneiro é o Alentejo, o pão, a farinha, a cortiça”, diz a proprietária e impulsionadora da ideia, Florbela Pinto, sentada numa esplanada de Lisboa, aonde passa curtos períodos por razões práticas, mas a quem a paisagem e a vivência alentejana marcaram definitivamente.

Foi quando o marido, Pedro Pinto, adquiriu a propriedade, em 2010, que começou a ganhar forma o projeto. Foram difíceis os anos seguintes, tipicamente burocráticos, sem o casal encontrar capacidade de resposta para acomodar administrativamente as suas ideias.

Hoje, Moinhos do Paneiro é um sítio silencioso e calmo, mas o processo que permitiria uma nova vida às pequenas casas do monte foi prolongado e cheio de obstáculos. Durou até 2015, ano em que finalmente tudo ficou legalmente preparado para a atividade.

Seis casas restauradas com gosto e mantendo o espírito alentejano típico podem alojar mais de 20 pessoas. Há espaços com capacidade de resposta a vários tipos de procura. A Casa do Pai aloja duas pessoas, a Casa da Mana e a Casa do Pinto albergam três pessoas cada uma, já a Casa do Velho e a Casa da Velhota estão preparadas para receberem quatro pessoas. Finalmente, o maior de todos os espaços – a Casa da Família –, tem acomodação para seis pessoas, com dois quartos duplos e um quarto twin, cada um com casa de banho privativa.

Todas as casas têm o mesmo tipo de comodidades, com kitchenette equipada, frigoríficos e áreas de refeições, com tudo o que é necessário para cozinhar ou para a vivência em dias de lazer, sem precisar de recorrer a restaurantes.

O aldeamento, com vistas deslumbrantes pelos montes alentejanos, dispõe também de piscina e um salão de convívio comum, único local onde se pode ter acesso a TV e onde tomam as suas refeições os caminheiros da Rota Vicentina ou quem prefira encomendar repasto nos Moinhos do Paneiro, ali confecionado e servido.

Este alojamento rural tem hoje também uma forte associação aos caminheiros da Rota Vicentina – é a única paragem entre Santiago do Cacém e Cercal –, uma organização que reúne autarquias, empresas e outros parceiros, com vista a fomentar as caminhadas pelo sudoeste de Portugal, um destino internacional de turismo de natureza.

Com esta ligação, são muitos os turistas caminheiros, que ali pernoitam e regressam meses depois, já com mais amigos ou a família natural, por se terem “sentido na verdade em família na sua primeira passagem”, como refere Florbela Pinto.

Os proprietários não são do Alentejo – Florbela é angolana, veio para Portugal com um ano de idade, e Pedro é do Porto –, mas sentem este pedaço de terra como a sua casa e tratam dos turistas e caminheiros como se fossem da família.

Por isso, Florbela aprendeu a plantar árvores e ervas aromáticas, a tratá-las e organizou a natureza nos espaços adjacentes das casas. E também aprendeu a criar galinhas com a ajuda da inefável D. Maria, a funcionária alentejana que é a guardiã dos Moinhos do Paneiro, junto com Miguel e, mais recentemente, Anabela.

Tudo, no aldeamento rural, foi tratado com o esforço, mas também o carinho, dos proprietários, sempre presentes a dirigir os prolongados trabalhos.

Moinhos do Paneiro, a poucos minutos das praias mais próximas – Porto Covo, Morgavel ou Ilha do Pessegueiro, por exemplo – e a muito curta distância das atividades e do descanso que podem fornecer as margens e as águas das barragens de Campilho e Morgavel, é um sítio que justifica a experiência reparadora de parar a rotina da vida e substituí-la por uns dias diferentes, mas sempre de descanso.

 

 

Contactos

Lugar de Vale Seco, Caixa Postal 3241, 7540-068 Santiago do Cacém

937184176 I 925806530 I 269909047

moinhos.paneiro@gmail.com

www.moinhosdopaneiro.com



20 de abril de 2018

Categorias

Categorias

Arquivo de Notícias

Arquivo