Novas regras que garantem 75% do salário além da reforma entraram em vigor a 1 de Abril.
No espaço de um mês 17 médicos reformados manifestaram interesse em regressar ao SNS. As condições melhoraram substancialmente este ano, com os aposentados a ganhar 75% do salário além da reforma. A estimativa do governo é contratar até 200 médicos reformados até ao final do ano para resolver falhas em centros de saúde e algumas especialidades e a tutela disse ao i desconhecer pedidos feitos diretamente às instituições. Todos terão de passar pelo ministério para aprovação, processo que está em curso.
A tutela criou um formulário online onde os médicos podem manifestar a sua vontade de regressar. Até agora recebeu respostas essencialmente de médicos de família. Esta continua a ser das especialidades mais carenciadas no país. Em 2011, um estudo da ACSS calculava que só 2022 passaria a haver uma substituição natural dos médicos reformados por novos especialistas.
Entretanto a corrida às reformas com o aumento das penalizações e subida da idade (de 62.5 anos em 2010 para 66 anos este ano) acentuaram o problema. Noutras especialidades o cenário também era negro, em particular Medicina Interna, Dermatologia, Cirurgia Plástica mas também Oftalmologia e Psiquiatria, havendo fortes assimetrias regionais. Nos últimos anos esta constatação levou o ministério a colocar os jovens que acabam a especialidade apenas em locais carenciados. O ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes manteve esta filosofia e esta semana abriram 218 destas vagas para os médicos que terminaram a especialidade em novembro. Outra medida que avançou há um ano foi a garantia de um bónus salarial, mais férias e até apoio à habitação aos médicos que optassem por lugares que têm ficado por preencher. Pacote que, segundo o DN, atraiu apenas 20 médicos.
Fonte: jornal i, 5 de Maio 2016