Protocolo para facilitar consultas de psiquiatria à PSP e GNR “não funciona”

Protocolo para facilitar consultas de psiquiatria à PSP e GNR “não funciona”

Daniel Sampaio denuncia falha no acordo entre os ministérios da Saúde e Administração Interna assinado há dois meses.

 

A secretária de Estado adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, esteve ontem na audição pública da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, onde defendeu o protocolo assinado entre a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para a criação de uma “via verde” de acesso de elementos da PSP e da GNR em risco de suicídio às urgências de psiquiatria. O protocolo, que dá prioridade àqueles agentes nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), surge como uma das principais propostas do pacote de medidas para combater casos de suicídio nas forças de segurança.

Porém, o acordo, assinado no início de Março, “não está a funcionar”, alertou ontem o director do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria em Lisboa, Daniel Sampaio, acrescentando que não pode funcionar, porque os directores de serviços dos hospitais do SNS não foram envolvidos nem informados.

“É preciso que haja trabalho com os profissionais e não só protocolos”, afirmou Daniel Sampaio, um dos convidados para a audição, entre outros, como representantes das associações de polícias e psicólogos que trabalham com as forças de segurança, médicos e especialistas em segurança no trabalho. “A maior parte das pessoas que se suicidam sofre de depressão. É assim em todo o lado. É também assim com as forças de segurança”, disse Daniel Sampaio. E na depressão há necessidade de tratamento psiquiátrico, reforçou, acrescentando que “não faz sentido criar um corpo de psiquiatras na instituição”, seja ela a PSP ou a GNR. “É preciso haver consultas de psiquiatria” e não apenas de psicologia, insistindo na importância de o protocolo entre os ministérios da Administração Interna (MAI) e da Saúde (MS) passar a funcionar.

 

Fonte: Público, 5 de Maio 2016

5 de maio de 2016

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