O Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos considera muito preocupante que o Hospital de Santa Maria se tenha visto obrigado a adiar tratamentos oncológicos por falta de médicos, outros profissionais e espaço adequado, como revelou o Diretor do serviço de Oncologia do Hospital, Prof. Luís Costa.
A esse propósito, o Presidente do Conselho Regional do Sul, Alexandre Valentim Lourenço, considera que “criar listas de espera em Oncologia é correr o risco de perda de vidas”, o que considera inadmissível e cujas responsabilidades são totalmente do Ministério da Saúde.
Explica Alexandre Valentim Lourenço que “a liberdade de escolha dos doentes pelo hospital onde querem ser tratados pode ser uma excelente medida, mas falha redondamente porque falta regulamentação legislativa, financiamento e planeamento que permitam a autonomia dos serviços e dos hospitais”.
Ao terem possibilidade de escolha, os doentes procuram os hospitais que os tratam melhor e têm mais meios; se a resposta desses hospitais diferenciados não for melhorada estamos a criar e aumentar listas de espera, uma situação inaceitável em Oncologia”, adverte.
Para o Presidente do Conselho Regional do Sul, “na Oncologia, que é muito sensível, é importante dotar os melhores centros de mais e melhores recursos porque é uma área que está diretamente relacionada com a capacidade de salvar vidas”.
Alexandre Valentim Lourenço teme ainda, tal como se depreende das palavras do Diretor do serviço sobre a impossibilidade de contratar os novos especialistas que terminaram em abril a especialidade, que “se possa estar a assistir de novo ao que já aconteceu no ano passado, em que o concurso foi lançado com nove meses de atraso e, entretanto, levou à saída de jovens especialistas para o estrangeiro e para hospitais privados, o que agravará ainda mais a situação”.
Lisboa, 10 de maio de 2018