A importância do bem-estar dos médicos

A importância do bem-estar dos médicos

A saúde mental dos médicos foi o tema principal do seminário organizado pelo Gabinete Nacional de Apoio ao Médico (GNAM) que decorreu no dia 8 de outubro no auditório da OM, em Lisboa, e que contou com a presença e intervenção do Presidente do CRS e do Bastonário na sessão de abertura.

A primeira intervenção no evento, dedicado ao tema «Saúde Mental e Bem-Estar dos Médicos no Local de Trabalho» e realizado no âmbito do Dia Mundial da Saúde Mental, coube ao Presidente do Conselho Regional do Sul que felicitou a iniciativa e revelou que este assunto “começa a ser cada vez mais” importante, na medida em que os “conflitos entre colegas”, bem como entre eles e as próprias estruturas em que estão inseridos estão a criar uma “onda de preocupações”. Paulo Simões lamentou, ainda, a inexistência, “até ao momento”, de uma solução consolidada para estes problemas.

Por sua vez, o Bastonário apontou a importância deste dia, em que foi assinado um protocolo entre a Ordem dos Médicos e a Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental, por ser “um preâmbulo de uma campanha que a OM vai desenvolver a nível nacional” dedicada à melhoria das condições de trabalho dos médicos.

Carlos Cortes lembrou, ainda, que, “ao longo dos anos, a Ordem tem desenvolvido um conjunto de mecanismos para ajudar” os colegas e apoiar internamente todos os que têm problemas de burnout ou que são vítimas de violência, área em que existem “dados absolutamente avassaladores” que apontam para um elevado aumento de ocorrências.

Nesse sentido, o dirigente referiu que “há um caminho muito importante a percorrer” e alertou para o facto de os problemas de saúde mental afetarem tanto os médicos como “toda a sua atividade e a qualidade dos cuidados de saúde prestados, no fundo os doentes”. “Preocuparmo-nos com esta matéria é preocuparmo-nos também com os nossos doentes”, acrescentou.

Na sessão de abertura esteve também João Redondo, Coordenador do GNAM, que explicou que a iniciativa da Ordem visa “construir pontes” que permitam a “capacitação das equipas de saúde” e o apoio aos colegas que acusam problemas de saúde mental, mas também “o acesso a recursos nesta área”.

Por seu turno, Carlos Mota Cardoso, Coordenador do Gabinete Regional de Apoio ao Médico do Norte, que representou Eurico Castro Alves, Presidente do Conselho Regional do Norte, manifestou o empenho da região no “desenvolvimento, afirmação e projeção do GNAM para o bem-estar dos médicos a todos os níveis”. Já Manuel Teixeira Veríssimo, Presidente do Conselho Regional do Centro, felicitou a iniciativa, que considerou “interessante, importante a apropriada à atualidade”, tendo em conta que os médicos nem sempre estão bem e, por vezes, integram um cenário em que “as pessoas não estão integradas ou estimuladas” no local de trabalho.

Mais tarde, na mesa acerca da perspetiva do Conselho Nacional do Médico Interno e do Conselho Nacional do Internato Médico, o Coordenador do Gabinete Regional de Apoio ao Médico do Sul abordou a “prioridade da saúde mental, essencialmente dos médicos internos”, como “um dos pontos mais importantes”. Nesse sentido, José Santos apontou uma “mudança de paradigma” entre os médicos mais jovens, que idealizam equilibrar a vida profissional com a pessoal, para terem “uma boa qualidade de vida”. O dirigente reforçou, ainda, a importância de os médicos reportarem situações de burnout ou de violência, para que o gabinete de apoio ao médico possa “dar soluções”.

8 de outubro de 2024

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