Começou tudo com os dois primeiros casos em Portugal, a 2 de março. Confirmado o resultado positivo para a covid-19, os investigadores do Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA) não precisaram de mais de quatro dias para fazer a sequenciação do genoma do novo coronavírus a partir das amostras daqueles primeiros doentes da região do Porto. E depois já não pararam.
Dois meses passados sobre a chegada da covid-19, Portugal conta já com 378 sequenciações do genoma do Sars-cov-2, feitas a partir de amostras de doentes de todas as regiões do país, incluindo Açores e Madeira.
É o resultado do trabalho de três institutos de investigação: o INSA, que fez 284 destas sequenciações e pretende completar um total de mil genomas no prazo de três meses - ganhou para isso um financiamento de 30 mil euros do programa especial de apoio à investigação em covid-19 da FCT; o instituto de investigação i3S, da Universidade do Porto, que concluiu 70 sequenciações e se propõe no mesmo prazo chegar às 240 - teve também um projeto no mesmo montante aprovado naquele programa da FCT -, e o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), que completou 24 genomas e tem a ambição de chegar aos dois mil até julho, se tiver esse número de testes positivos.
As três instituições, como muitas outras no país, estão envolvidas no esforço nacional de testagem para a covid-19 e as respetivas amostras positivas são a sua matéria-prima para a sequenciação dos genomas.
Fonte: Diário de notícias, 3 Maio 2020