Visita ao Santa Maria para defender formação

Visita ao Santa Maria para defender formação

Miguel Guimarães, Alexandre Valentim Lourenço, Presidente do Conselho Regional do Sul, Catarina Perry da Câmara, Presidente do Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI), e representantes dos colégios das especialidades de Endocrinologia, Imunoalergologia e Hematologia Clínica, visitaram vários serviços do Hospital de Santa Maria, para apurar, junto dos internos, dos especialistas e dos responsáveis pelos serviços, as condições em que os jovens médicos são utilizados na urgência geral.

A delegação reuniu-se também com a administração do hospital para discutir a questão e propor soluções que impeçam a desqualificação dos programas de internato da especialidade.

O Presidente do CRS disse no final da reunião com o CA que "a qualidade dos serviços prestados e a qualidade dos profissionais não está em causa", mas como grande hospital universitário, o Santa Maria "tem que manter também a qualidade da formação" e não a deixar arrastar pelas urgências, que é "um problema nacional e sistémico que afeta todos os hospitais".

Alexande Valentim Lourenço, que também é médico no hospital, alertou, de resto, para o facto de o hospital já não atrair os internos que têm melhores notas. "É importante que o hospital medite sobre esse indicador, que mostra que muitas vezes as razões da escolha estão para além da qualidade da formação ou dos doentes que aqui estão, mas sim também nas condições do exercício", disse, advertindo que "urge corrigir isso para voltarmos a ter os melhores profissionais".

O Presidente do CRS, que promete manter o órgão a que preside alerta para esta questão, referiu que "os hospitais centrais e universitários precisam de um perfil específico de profissionais e não podem afastar as pessoas com essa qualidade de uma forma irremediável, porque acabarão por "prejudicar as condições de formação das gerações futuras".
Em declarações aos jornalistas, no final da visita, o Bastonário esclareceu que o Hospital de Santa Maria “está a atravessar um momento difícil em termos de serviço de urgência”, havendo internos que estão a fazer urgência geral quando, segundo o seu programa de formação, já não o deviam fazer.
Miguel Guimarães explicou que, a partir de determinado momento da sua formação, os internos devem deixar de fazer urgência geral e centrar-se na sua especialidade, adiantando que esta situação foi reconhecida pela direção clínica do hospital e que deverá estar resolvida em outubro.
Quanto à situação dos internos, o bastonário confirmou que são “pressionados a fazer” mais horas de urgência do que aquilo a que são obrigados, considerando que tal se deve às deficiências de pessoal na urgência da unidade.
“É fundamental que, com caráter de urgência, se faça uma reforma do serviço de urgência. A nível global, nacional. E isso inclui os hospitais e sobretudo os cuidados de saúde primários”, apelou Miguel Guimarães, dirigindo-se ao ministro da Saúde.
A visita da Ordem abrangeu os serviços de Oncologia, Imunoalergologia, Endocrinologia, Reumatologia, Hematologia e também o serviço de urgência do Centro Hospitalar Lisboa Norte, em concreto do Hospital de Santa Maria.

25 de julho de 2018

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