Anticorpo consegue eliminar as placas no cérebro dos doentes de Alzheimer

Anticorpo consegue eliminar as placas no cérebro dos doentes de Alzheimer

Concentrações altas de uma molécula removeram quase totalmente placas de beta-amilóide, associadas à doença de Alzheimer. Há sinais de que o declínio cognitivo foi travado. Os ensaios clínicos continuam.

 

Não há um medicamento capaz de travar a doença de Alzheimer, que causa a perda de memória em pessoas geralmente com mais de 65 anos. Uma das hipóteses sobre as causas das disfunções cognitivas ligadas à doença é a acumulação de placas da proteína beta-amilóide no cérebro. Apesar de décadas de investigação, essa relação ainda não foi provada. Agora, um estudo clínico mostrou que um novo anticorpo é capaz de eliminar grande parte das placas no cérebro dos doentes, revela um artigo publicado hoje (1 de Setembro) na Nature.

Embora a investigação não tenha tido como objectivo avaliar o efeito do anticorpo nas capacidades cognitivas dos doentes, as análises preliminares mostraram que houve um atraso no declínio cognitivo nas pessoas que receberam mais anticorpos.

“Com os resultados deste [primeiro] ensaio clínico estamos optimistas de que podemos dar um grande passo em frente no tratamento da doença de Alzheimer”, diz Roger Nitsch, professor da Universidade de Zurique, na Suíça, um dos autores do trabalho que contou com investigadores da empresa farmacêutica Biogen, em Massachusetts (EUA). “O efeito do anticorpo é impressionante. E o resultado é dependente da dose do fármaco”, acrescenta, citado num comunicado da sua universidade.

O fármaco experimental chama-se “aducanumab” e foi desenvolvido a partir de anticorpos humanos. Estes anticorpos foram criados por células imunitárias, os linfócitos B, na presença das placas de beta-amilóide. Estes anticorpos ligam-se às placas e, depois, dão um sinal ao resto do sistema imunitário para as atacar.

 

Fonte: Público, 1 de Setembro 2016

1 de setembro de 2016

Categorias

Categorias

Arquivo de Notícias

Arquivo