"Bebé único" foi vigiado 24 horas por dia durante meses

"Bebé único" foi vigiado 24 horas por dia durante meses

 Rapaz nasceu depois de a mãe estar 15 semanas em morte cerebral. Caso inédito obrigou profissionais a muito estudo.

 

Durante as 15 semanas em que esteve em morte cerebral no Hospital de São José, S., de 37 anos, foi vigiada 24 horas por dia. Na sala de nível 3 dos Cuidados Intensivos do

hospital estava, em permanência, um enfermeiro. Todo o staff da unidade acompanhou, em algum momento, a gravidez da mulher, natural de Lisboa, que estava em morte cerebral desde 20 de fevereiro. Não admira, por isso, que o nascimento do bebé, na terça-feira, tenha sido vivido com "emoção, alegria e satisfação" por médicos e enfermeiros daquele hospital. Um caso inédito em Portugal e que exigiu muito estudo por parte do corpo clínico.

"É uma situação muito particular, única. É difícil que não se estabeleça uma ligação", disse ao DN Susana Afonso, especialista dos neurocríticos no Hospital de São José, acrescentando que, nestes casos, "há muitas expectativas e ansiedades, mas o espírito é sempre de profissionalismo." No nível de cuidados onde S. se encontrava, "o apoio e a monitorização são contínuos". Se um enfermeiro tem de se ausentar da sala por alguma razão, alguém tem de o substituir. A monitorização é feita pelas máquinas, que possuem um sistema de alarme, cabendo ao profissional tratar dos "cuidados de higiene, da preparação e administração de fármacos, dos registos de enfermagem." Quanto às visitas, estão abertas aos familiares mais próximos apenas uma vez por dia.

 

Fonte: Diário de Notícias, 9 de Junho 2016

9 de junho de 2016

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