Como é que alguns doentes recuperados ficam imunes sem ter anticorpos?

Como é que alguns doentes recuperados ficam imunes sem ter anticorpos?

É sabido que a presença de anticorpos não é sinónimo de imunidade à Covid-19, mas investigações recentes revelam que há pessoas que recuperaram da infeção provocada pelo novo coronavírus e ficaram imunes à doença, sem os terem desenvolvido.
Seis meses após ter surgido o novo coronavírus na cidade chinesa de Wuhan, os cientistas continuam com muitas dúvidas relativamente ao SARS-Cov-2, ainda não há vacina nem tratamento específico e a resposta imunológica não é igual em todas as pessoas infetadas - o que tem impedido garantir a segurança das populações na retoma da vida normal.
Uma investigação recente descobriu que é possível alguém curar-se da Covid-19 sem que o seu organismo tenha desenvolvido anticorpos para combater o coronavírus.
Os investigadores já tinham percebido que mesmo quando os testes serológicos indicam a presença de anticorpos isso não garantia a imunidade à Covid-19 e que esta resposta adquirida do organismo tem um duração limitada e inferior à que se pensava inicialmente. De acordo com alguns estudos ainda preliminares, pensa-se que os anticorpos desenvolvidos para combater o SARS-CoV-2 não tenham uma vida longa, principalmente em pessoas infetadas sem sintomas ou que apenas tiveram sintomas leves.
Há milhares de infetados sem qualquer sintoma que superam o novo coronavírus, tornam-se imunes - mesmo que por pouco tempo - mas não o seu organismo não desenvolve anticorpos na hora de responder à Covid-19, o que tem suscitado mais dúvidas entre a comunidade científica.
Uma das investigações em causa, divulgada em meados de junho na revista científica Nature Medicine, focou-se nas diferenças relativas à quantidade de anticorpos entre indivíduos com sintomas e assintomáticos, concluindo que, de modo geral, pacientes sem sintomas apresentavam uma "resposta imunitária menor" e níveis de anticorpos "consideravelmente mais baixos", em relação a doentes sintomáticos durante a fase mais aguda da infeção.

Fonte: RTP online, 3 julho 2020

3 de julho de 2020

Categorias

Categorias

Arquivo de Notícias

Arquivo