Doentes com artrite reumatoide e lúpus têm sentido dificuldades na aquisição de hidroxicloroquina nas farmácias, o que estará relacionado com um uso inadequado daquele fármaco no contexto da pandemia Covid-19. Os médicos reumatologistas estão preocupados com os stocks deste medicamento essencial para milhares de doentes crónicos e querem bloquear a compra nas farmácias a pessoas que não o faziam anteriormente. Ontem, o Infarmed veio alertar para a existência de embalagens falsificadas de fosfato de cloroquina.
O antimalárico tem mais de 50 anos e nunca foi tão falado como agora, apesar de as provas no tratamento da Covid-19 ainda não serem muito consistentes. Em Portugal, já foi autorizado o seu uso em contexto hospitalar para doentes com o novo coronavírus. Segundo uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), publicada no final de março, os doentes internados em enfermarias podem ser tratados com hidroxicloroquina ou cloroquina durante pelo menos sete dias. Para esse efeito, o Infarmed já garantiu o reforço dos stocks hospitalares em 20%. Porém, é nas farmácias que os doentes de artrite reumatoide e lúpus têm sentido problemas. "Já se sente alguma falta nas farmácias", referiu ao JN, Luís Miranda, presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).
Fonte: Jornal de Notícias, 16 Abril 2020