Entre as situações mais graves está a dos doentes de ortopedia que aguardam cirurgias urgentes, cuja espera se arrasta por semanas, com risco de violação de critérios clínicos e assistenciais. Esta situação que injustificadamente se arrasta há meses tem sido denunciada sistematicamente pelos médicos do hospital que insistentemente têm pedido tempos operatórios para operar estes doentes.
A situação deriva em grande parte do encerramento do bloco operatório há cerca de 3 anos (2014) só tendo sido iniciadas as obras em maio de 2017. Uma situação incompreensível se se considerar que existiam verbas destinadas a este bloco desde final de 2015.
A redução significativa e repetida de tempos operatórios tem causado problemas em vários serviços, sendo o de Ortopedia o mais prejudicado. Neste momento é do nosso conhecimento que há 17 doentes internados em espera para cirurgias.
Por outro lado, o serviço de Ortopedia, que há dois anos tinha nos seus quadros 8 especialistas tem visto a sua capacidade de resposta também reduzida.
O Presidente do CRS, com o secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, e a dirigente do SMZS Marta Ventura, visitou hoje (dia 19 de dezembro) vários serviços do hospital e reuniu com os médicos para ouvir as suas preocupações e tomar nota dos problemas identificados. Ocorreu igualmente um encontro com o Conselho de Administração e com a diretora clínica.
Défice de capacidade do bloco operatório, quadro clínico reduzido e envelhecido e o consequente recurso desmedido a empresas de contratação de pessoal médico foram os problemas mais significativos apontados pelos médicos e para os quais o Conselho de Administração não parece ter soluções. Estes problemas que se têm vindo a acumular nos últimos anos podem vir a colocar em causa a idoneidade do serviço pelo que o CRS, conforme as respostas e soluções que venham ser apontadas pela tutela, poderá vir a desencadear uma avaliação de idoneidade.
O CRS da Ordem dos Médicos irá acompanhar este processo com especial atenção na defesa do garante da qualidade da medicina e da defesa de condições para que todos os médicos continuem a prestar cuidados de saúde de alto nível, como é um imperativo ético e técnico associado ao profissionalismo médico.