Taxa de mortalidade materna continua em níveis elevados. "Assunto da maior gravidade" que deve ser cientificamente estudado, alerta a Ordem dos Médicos.
A taxa de mortalidade materna continua em níveis elevados. Em 2019, morreram 12 mulheres por complicações da gravidez, parto ou puerpério. São
menos três óbitos face a 2018, ano com número recorde de mortes maternas - 15 -, obrigando as autoridades de saúde a criarem uma task force para avaliar a situação.
Em dois anos, contam-se 27 óbitos, com 2018 e 2019 a responderem pelas piores taxas de mortalidade materna desde 1990. Respetivamente, 17,2 e 12,7 óbitos por 100 mil nascimentos.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2019, dois terços dos óbitos foram de mulheres na faixa etária dos 25-34, seguindo-se três no grupo 35-45 e uma morte entre os 15-24 anos. Em linha com o registado em 2018: 60% nos 25-34 e 40% nos 35-44. De referir ainda que, nos dois anos em análise, metade dos óbitos ocorreram na Área Metropolitana de Lisboa. Desde o início da década de 90 do século passado que não havia registo de tantas mortes maternas. O máximo tinha sido alcançado em 1991 (14 óbitos), quando Portugal tinha mais de 116 mil nascimentos, contra os 86579 registados em 2019.
Jornal de Notícias, 18 abril 2021