O Presidente do Conselho Regional do Sul, Paulo Simões, reuniu-se no Hospital de S. Francisco Xavier (HSFX), no dia 10 de julho, com os internos de Medicina Interna e com a administração, direção clínica, diretores médicos do HSFX e do Egas Moniz e diretor do serviço de urgência, para debater as condições do internato daquela especialidade na Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental (ULSLO).
Nesta deslocação ao Hospital S. Francisco Xavier, Paulo Simões esteve acompanhado de dois elementos do CRS da OM, João Dias Ferreira e Inês Fonseca, e pelo Presidente do Colégio de Medicina Interna, Faustino Ferreira.
A iniciativa destas reuniões seguiu-se a um conjunto de queixas que os internos desta especialidade endereçaram à Ordem dos Médicos, em que exprimem a sua preocupação com o modelo de funcionamento da Urgência da ULSLO, que tem repercussões na sua formação.
Na carta endereçada, os internos referem: “Na qualidade de médicos de formação específica de Medicina Interna da Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental (ULSLO), vimos por este meio expressar a nossa profunda preocupação em relação à atual situação do Serviço de Urgência Geral (SUG) da ULSLO e dar conhecimento ao Colégio sobre as condições em que a atividade de urgência está a ser realizada”, num documento assinado por 25 jovens médicos que estão a fazer o seu internato na ULSLO.
Na primeira das reuniões, Paulo Simões recordou que “o papel da Ordem passa pelo controlo da qualidade da formação” e que, em face ao teor das queixas, “a Ordem tem sempre de avaliar a situação”.
O Presidente do CRS, que garantiu estar empenhado na procura de uma solução, lamentou ter “a perceção de que os internos estão muito pouco acompanhados”, o que inevitavelmente causa “uma grande preocupação sobre a qualidade de cuidados que estão a ser prestados à população”.
Faustino Ferreira, por seu turno, referiu que existem problemas na formação específica de Medicina Interna do Serviço de Medicina do Hospital S. Francisco Xavier já previamente identificados na última visita de idoneidade do Colégio de Medicina Interna, incluindo o acompanhamento dos internos na Urgência, e defendeu a necessidade de se fazer uma previsão de meios rigorosa nessa área. “É importante garantir um programa de formação minimamente adequado às necessidades e previsões” dos internos, além, de uma aposta na “valorização da Medicina Interna”, disse o presidente do Colégio de Medicina Interna.
Depois de ouvir os internos, o Presidente do CRS garantiu que a Ordem irá “reportar às entidades competentes” os problemas para que se faça uma avaliação. Acrescentou, ainda, que, visando atingir as melhorias possíveis neste momento, “a OM está a fazer um esforço para ver aprovada a criação da especialidade de Medicina de Urgência”, embora esta medida “não solucione os constrangimentos” no imediato.