Alexandre Valentim Lourenço, que discursou na sessão de abertura, imediatamente antes do Presidente da República, considerou “essencial, para o Serviço Nacional de Saúde, a estruturação técnica das carreiras e das suas fases formativas, com uma autorregulação assente em pilares de qualidade, rigor e humanização”.
Depois de saudar o Presidente da República e os presentes, o Presidente do CRS disse:
“Foi nesta altura, há 35 anos, que iniciei o meu percurso profissional, na FML, como aluno. Desde cedo adicionei a atividade associativa, na AEFML e AAL, também à de docente na Faculdade.
Fiz o internato geral e completei a especialidade neste Hospital. Por concurso público, e, numa altura complexa em que o acesso à carreira na função pública era difícil, com muitas vagas e poucos candidatos, comecei a atividade como especialista e mais tarde como consultor. Ainda não cortei o cordão umbilical e se tal acontecesse seria um acidente obstétrico...
Esta referência tem dois intuitos:
Primeiro, expressar que me identifico, com orgulho pincelado com um pouco de nostalgia, com os jovens médicos internos e com este congresso científico;
Em segundo, manifestar com clareza que considero notável a evolução e a qualidade desta e doutras cada vez mais frequentes iniciativas dos nossos internos.
Das muitas qualidades apresentadas devo destacar as três que considero fundamentais e estão evidentes neste Congresso:
A inovação, que sempre se espera nos jovens, mas que se tem mantido uma constante ao longo destas quatro edições. É evidente na comunicação, nos temas escolhidos e nas abordagens propostas.
O empenho que se evidencia. Num internato exigente, com uma atividade clínica intensa, sujeitos a constantes relatórios e avaliações, posso testemunhar ainda a forma humana como desenvolvem a sua relação com os doentes; é notável que ainda tenham tempo para realizarem um evento desta dimensão.”
E por fim qualidade, quer da sua ação diária, quer deste evento que hoje se inicia. A um programa de qualidade associa-se uma organização só possível a quem já tem hábitos e experiência relevantes nesta área.
A Ordem dos Médicos nas suas múltiplas funções, muitas delas delegadas pelo Estado Português, assume como um dos seus 3 principais objetivos a formação médica em prol da crescente qualificação da Medicina em todas as suas fases e vertentes.
É essencial, para o Serviço Nacional de Saúde, a estruturação técnica das carreiras e das suas fases formativas, com uma autorregulação assente em pilares de qualidade, rigor e humanização.
Com este evento e com a sua ação diária contínua é claro que os nossos jovens médicos têm empenho e qualidade e trazem inovação essencial para a manutenção do nosso sistema. Só com o seu enorme contributo o SNS tem capacidade de melhorar, crescer e se regenerar de forma contínua
É por isso que é necessário acarinhar o seu percurso e as suas iniciativas. A Ordem, sem prejuízo do rigor na técnica, e da intransigência na qualidade, estará ao vosso lado para vos apoiar e promover os vossos esforços.
A últimas palavras contêm um obrigado. Hoje vemos que o futuro já está presente, e que podemos contar convosco para manter a sempre acelerada evolução da Medicina. Nós contamos convosco, cientes que vão contribuir decisivamente para que uma Medicina qualificada e respeitada continue a ser um dos pilares básicos e fundamentais em prol de uma melhor saúde para os portugueses.