Sindicatos contestam em conjunto a falta de incentivos para as zonas carenciadas e o pagamento das horas extraordinárias a 50%.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) querem uma reunião urgente com o ministério para debater as matérias que consideram mais urgentes, "exigindo um claro compromisso" que possa resolver graves problemas com que se depara a saúde". Reposição do pagamento integral das horas extraordinárias, revisão da grelha salarial e a criação de incentivos são alguns dos pontos da lista. O ministério está também em processo negociai com os enfermeiros, mas longe de um acordo, tendo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses marcado dois dias de greve para este mês.
Há muito que os médicos reclamam do Ministério da Saúde a reposição do pagamento das horas extra a 100%, usando como exemplo os valores pagos a empresas de médicos tarefeiros para contestar a continuidade do pagamento a metade como definiu o atual Orçamento do Estado. E nem mesmo a promessa do ministro Adalberto Campos Fernandes de rever a questão no próximo Orçamento deixou os sindicatos mais satisfeitos. Mas este não é o único motivo de insatisfação que juntou os dois sindicatos num comunicado conjunto a exigir soluções rápidas.
"As matérias abordadas com a atual equipa ministerial têm sido efetuadas pontualmente e ao sabor das agudizações reivindicativas, não se vislumbrando qualquer abordagem sistémica de procura de soluções articuladas e sequenciais", apontam os dois sindicatos, que lembram que, "ao mesmo tempo que são reconhecidas marcadas carências de médicos em diversas especialidades e em múltiplas zonas do país, o último concurso de acesso à formação especializada deixou mais de centena e meia de médicos sem possibilidade de colocação".
A lista de matérias a negociar é extensa e à cabeça está a reposição do pagamento integral do trabalho extraordinário, a reposição dos suplementos de chefia e de direção, a revisão da grelha salarial, criação de uma "política eficaz" de incentivos à colocação e continuidade de médicos nas zonas carenciadas, "estabelecer de imediato um conjunto de medidas tendentes à superação da existência de médicos indiferenciados".
Fonte: Diário de Notícias, 7 de Julho 2016