Ministra reconhece que continuam a faltar respostas para explicar a situação da pandemia em Lisboa e Vale do Tejo. Mas nega que os hospitais da região estejam à beira da rutura. Já o secretário de Estado da Saúde diz que as autoridades devem estar atentas a eventuais “segundas vagas” ou “planaltos sucessivos” de Covid-19.
A ministra da Saúde admite que a situação da Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo é "difícil" e faltam respostas para explicar os surtos que têm surgido. Na comissão da Saúde, onde está a ser ouvida esta quarta-feira, Marta Temido disse ainda que a região conta apenas com 28% dos médicos de saúde pública do país, o que dificulta o controlo da pandemia nesta altura.
"A região Norte representa 37% [dos 363 médicos de saúde publica no país]. Estamos atentos a estas assimetrias e procuraremos corrigi-las nos próximos concursos", garantiu a governante, anunciando a contratação de 29 recém-especialistas no início do próximo mês, além da continuação do reforço nesta área.
Marta Temido adiantou ainda, em resposta à deputada do CDS Ana Rita Bessa, que os hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo dispõe de 261 camas de cuidados intensivos, sendo que apenas 95 estão ocupadas por doentes com Covid-19 e que mesmo que algumas unidades comecem a estar lotadas, os doentes podem ser transferidos para outros hospitais da região.
Apesar da situação difícil da pandemia em Lisboa, Marta Temido recordou que os números não são comparáveis com os casos de infeções na região norte em abril.
SITUAÇÃO EM LISBOA AINDA SEM RESPOSTAS
"Aquilo que estamos a assistir em LVT poderá ser uma fase difícil atrasada da evolução epidemológica. Poderá ser efeito de condições de vida distintas, todos os países revelam maior dificuldade em zonas com maior densidade populacional e onde há um elevado número de contactos relacionado com a forma como as pessoas vivem, trabalham e se movem. Mas poderá ser apenas aleatoriedade", sublinhou.
Fonte: Expresso, 1 julho 2020