Medicamento usado para sexo sem proteção

Medicamento usado para sexo sem proteção

Fármaco para tratar a sida é tomado antes e depois de sexo de risco para prevenir contágio. Médicos alertam para o perigo.

 

Um medicamento antivírico, receitado para tratar doentes com sida, está a ser usado por pessoas que praticam sexo sem proteção para prevenir um eventual contágio. O fármaco, com o nome comercial Truvada, é composto por uma junção de emtricitabina e tenofovir, dois dos antirretrovirais mais eficazes no combate à infeção da sida, mas cujo uso como prevenção apresenta riscos, já é conhecido como a "pílula do dia seguinte da sida".

"É recorrente chegarem à urgência do hospital homens e mulheres a dizer que fizeram sexo com pessoas infetadas e precisam do medicamento para se protegerem, sujeitando-se ao consumo de um medicamento que tem muitas contraindicações, embora não saibam se estão ou não infetadas", confirmou ao JN um médico de um dos maiores hospitais do Porto, que pediu para não ser identificado.

O Truvada é já conhecido como "a pílula do dia seguinte da sida" ou o "comprimido anti-sida". "O problema é que a pílula do dia seguinte evita uma possível gravidez, mas não é certo que o antivírico impeça o contágio de doenças como o VIH", afirmou o mesmo clínico.

E se há quem tome o Truvada após relações sexuais de risco, há também quem o tome antes. O uso "profilático" é feito por homens que fazem sexo com outros homens sem preservativo, heterossexuais com parceiros de alto risco (como utilizadores de drogas injetáveis), bissexuais que fazem sexo sem proteção e pessoas que, de forma regular, têm relações sexuais com alguém infetado.

 

Fonte: Jornal de Notícias, 14 de Julho 2016

14 de julho de 2016

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