Portugueses procuram ajuda na saúde mental, incluindo profissionais de saúde

Portugueses procuram ajuda na saúde mental, incluindo profissionais de saúde

A pandemia de covid-19 levou alguns portugueses e profissionais de saúde a procurarem ajuda ao nível da saúde mental, nomeadamente nos núcleos locais de catástrofe e em alguns hospitais centrais, afirmou hoje o diretor do Programa Nacional de Saúde Mental.
Miguel Xavier falava aos jornalistas durante a conferência de imprensa diária de atualização dos dados da pandemia de covid-19, durante a qual explicou a resposta prevista, e em curso, para os problemas de saúde mental.
O especialista começou por explicar que existem nesta pandemia “vários determinantes” que fazem com que a saúde mental possa sofrer, nomeadamente o medo, a disrupção social e o confinamento.
“Não vemos os nossos colegas, a família, tivemos de nos converter ao teletrabalho de uma forma muito rápida”, disse, acrescentando: “Estamos confinados por um bem maior. O confinamento, se traz algumas coisas boas, como o recuperar de algumas coisas que se faziam em família, mas também traz algo que não estávamos habituados, que é viver todos juntos, no mesmo sítio e ao mesmo tempo e isso faz com que alguns conflitos latentes possam tornar-se manifestos”.
Apesar de reconhecer que todas estas circunstâncias fazem com que a saúde mental dos portugueses possa sofrer, sublinhou que tal não quer dizer que as pessoas venham a ter problemas de saúde mental.
“Podem é ter alguns problemas de natureza psicológica, como ansiedade, preocupação em relação ao futuro, que se pode traduzir em insónia, perde de apetite, etc”, referiu.
Segundo Miguel Xavier, estes são “sentimentos muito comuns que atravessam a sociedade”.
O questionário “Opinião Social” do Barómetro Covid-19, da Escola Nacional de Saúde Pública, revelou recentemente que um quarto dos inquiridos se sente ansioso, em baixo, ou triste “todos os dias” ou “quase todos os dias”, sendo a maioria mulheres e pessoas em teletrabalho.
Quase um terço reportou distúrbios de sono, um quarto diz sentir que não consegue fazer tudo o que precisava fazer e 23% confessa estar sempre a pensar na covid-19.

Fonte: Agência Lusa, 19 Abril 2020

19 de abril de 2020

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