Governo estima que centros de saúde necessitam de 693 clínicos. Um milhão de utentes ainda não tem médico de família atribuído.
Um total de 1761 médicos de família irão aposentar-se nos próximos cinco
anos segundo as previsões do Ministério da saúde. Para colmatar as necessidades de profissionais nos centros de saúde são necessários mais 693 clínicos, para dar cobertura a 1 053 844 de utentes sem médico, de acordo com dados da Administração Central do Sistema de Saúde.
Segundo as previsões da tutela, o número de especialistas aposentados vai aumentar consecutivamente nos próximos cinco anos, devendo sair este ano 112 clínicos. Em 2021 será o ano com maior saída de especialistas: 541.
Para colmatar a falta de profissionais, o Governo contratou 221 médicos aposentados e vai lançar dois concursos para colocação de 376 especialistas, o que dará uma cobertura para 690 mil utentes. Em Lisboa e Vale do Tejo foram colocados 82 médicos aposentados, a região onde há mais utentes sem médico: 729 055. Um relatório ontem divulgado pelo Tribunal de Contas critica a falta de médicos de família, sublinhando que resulta da "eventual cedência a interesses corporativos", com 'numerus clausus' "restritivos" à entrada nos cursos de Medicina e acesso condicionado à formação pós-graduada.
O presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, criticou a abertura de 1441 vagas nos cursos de Medicina e o aumento de 15% de vagas específicas para licenciados. Já o saldo do SNS em junho foi negativo em 4,7 milhões de euros.
Fonte: Correio da Manhã, 27 de Julho 2016