Algarve precisa de incentivos especiais e projetos

Algarve precisa de incentivos especiais e projetos

Uma delegação da Ordem dos Médicos, que integrou representantes dos colégios de Medicina Interna e Cirurgia Geral, bem como dirigentes da Sub-região de Faro, para além da Presidente do Conselho Nacional do Médico Interno, Catarina Perry, Miguel Guimarães e Alexandre Valentim Lourenço, visitou o Hospital de Faro, onde se reuniu com a Administração e contactou os médicos nos serviços mais carenciados.
O hospital mantém um défice significativo de especialistas, designadamente, segundo os próprios responsáveis, em serviços como Anestesiologia, Ortopedia, Cardiologia, Neonatalogia, Ginecologia/Obstetrícia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Anatomia Patológica ou Hematologia, uma situação que se tem arrastado ao longo dos anos.
Alexandre Valentim Lourenço disse na reunião com o Conselho de Administração que para começar a inverter esta tendência “têm que ser criados incentivos especiais, tal como os que foram criados na Região Autónoma da Madeira há dias” e o hospital deve estar preparado para “oferecer aos médicos projetos que os atraiam”.
O Presidente do Conselho Regional do Sul recorda que a proximidade com a Universidade do Algarve traz agora novas oportunidades que “o hospital deve explorar”, como a criação de ciclos de estudos especiais para certas especialidades e advertiu que pode não ser difícil atrair médicos para a especialidade, mas “depois é preciso saber mantê-los”.
Por seu turno, o Bastonário, que falou aos jornalistas no final da visita, desafiou o primeiro-ministro, António Costa, a usar "os mesmos argumentos em termos de incentivos" para fixar os cidadãos que residem em Portugal e não apenas os que emigraram.
De acordo com Miguel Guimarães, o anúncio de António Costa em beneficiar em termos fiscais quem queira regressar a Portugal representa "uma desigualdade naquilo que é a possibilidade de tentar fixar médicos, nomeadamente nas áreas mais carenciadas, como é o caso do Algarve".
O Bastonário considerou que a política de incentivos deve ser estendida às pessoas que "durante 20 ou 30 anos" estiveram a assegurar cuidados de saúde em zonas mais carenciadas e que se podem sentir "defraudadas se isso se aplicar só a determinado tipo de médicos".
Já o Presidente do Conselho Sub-regional de Faro da Ordem dos Médicos sublinhou a importância de motivar os profissionais que já estão fixados no Algarve, uma vez que as pessoas não se movem "apenas pelo dinheiro", mas também por "possibilidades de progressão na carreira e de diferenciação técnica".
Segundo Ulisses de Brito, a medicina pública tem vindo a ser "relegada para segundo plano" e quem acaba por se manter no Serviço Nacional de Saúde é "quem veste a camisola", já que grande parte dos profissionais opta por trabalhar no setor privado, onde ganha mais.

29 de agosto de 2018

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