Bastonário e Presidente do CRS visitaram a MAC

Bastonário e Presidente do CRS visitaram a MAC

A Ordem dos Médicos solidarizou-se hoje com os profissionais da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, e, numa visita ao local, pediu ao Governo uma nova política de recursos humanos e de contratações.
O bastonário da OM, Miguel Guimarães, com o presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem, Alexandre Valentim Lourenço, disseram aos jornalistas, no final da visita, que quiseram “estar ao lado dos profissionais” na defesa de que é necessário reforçar o capital humano e “manter a dignidade e capacidade” da MAC.
Na semana passada os chefes de equipa de ginecologia e obstetrícia desta maternidade apresentaram a demissão à administração, em protesto pela falta de profissionais.

Alexandre Valentim Lourenço começou por dizer que a principal razão da visita foi dar apoio à Maternidade Alfredo da Costa, que "é uma joia da coroa do Serviço Nacional de Saúde", e aos profissionais que tiveram um comportamento exemplar em todo o processo. Segundo o Presidente do CRS, "é essencial reforçar o capital humano e manter a dignidade e a capacidade da MAC de prestar apoio a todas as grávidas da zona Sul", que, apesar de todos os problemas e défice de médicos, "não estão em risco e estão muito bem entregues nas mãos dos médicos" que ali trabalham.

O dirigente tinha lamentado, poucos minutos antes, na reunião com os médicos, que a MAC esteja "a formar bons profissionais e depois não esteja a conseguir retê-los" e defendeu que "o país está a precisar de um novo plano de saúde materno-infantil semelhante ao que lançou o médico Albino Aroso", que deu resultados muito positivos "porque houve o planeamento que não agora".
Teresinha Simões, uma das chefes de equipa, falou também aos jornalistas, a quem explicou que a posição dos profissionais se deveu à diminuição do número de médicos e alertou que a situação tende a piorar.
A médica disse que os chefes de equipa admitem retirar o pedido de demissão “se houver contratações efetivas” e acrescentou que “não serve contratar três ou quatro pessoas”, porque “saíram oito internos” e que “há sete médicos que se vão reformar nos próximos tempos”.
A MAC vai para já ser reforçada com três profissionais, mas tal, segundo Teresinha Simões, “não chega de maneira nenhuma”, nem com outros dois que entrarão por via de concurso.
“Não podemos continuar a perder centenas, milhares de médicos, porque a nossa política de recursos humanos tem sido errada e a política de contratações também. Não podemos continuar reféns de um concurso nacional que nunca mais abre, porque entretanto estes jovens médicos tomam outras opções”, alertou o bastonário no final da visita, defendendo que a situação, da MAC e de outros locais, se resolve com “uma política de recursos humanos diferente da que tem sido seguida nos últimos anos”.
Miguel Guimarães garantiu que a situação de falta de médicos não decorre da adaptação à passagem das 40 para as 35 horas semanais de trabalho, mas da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, e alertou para a existência por todo o país de médicos com mais de 60 anos a fazer serviço de urgência.
Na MAC, frisou, se os médicos seguissem a lei, a instituição “não tinha capacidade de resposta”.
Questionado pelos jornalistas se o reforço de 54 médicos para o Centro Hospitalar Lisboa Central seria suficiente, Miguel Guimarães disse que “seguramente são necessários mais” e que só na MAC eram precisos mais 10 médicos “no imediato”.

 

 

16 de julho de 2018

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