Consumo de antidepressivos duplicou na última década

Consumo de antidepressivos duplicou na última década

Há desigualdades sociais “elevadíssimas” em Portugal, que é “um país de gente endividada”. E ter dívidas “massacra as pessoas do ponto de vista da saúde mental”, explica o psiquiatra Miguel Xavier.
Numa década apenas, o consumo de antidepressivos quase duplicou em Portugal, enquanto o de ansiolíticos e hipnóticos desceu ligeiramente e nos últimos anos estabilizou. Entre Janeiro e Maio deste ano, que inclui já três meses sob o efeito da pandemia e o período do confinamento, as vendas de antidepressivos voltaram a aumentar. Foram compradas mais 248 mil embalagens de antidepressivos nas farmácias nos cinco primeiros meses de 2019, em comparação com o mesmo período de 2019, para um total superior a quatro milhões de caixas. Será este aumento uma consequência da pandemia na saúde mental dos portugueses? Ninguém consegue responder a esta pergunta, até porque as vendas de ansiolíticos diminuíram neste período.
O disparar do consumo de antidepressivos entre 2010 e 2019 (de 64 doses diárias por mil habitantes para 118) — patente numa análise sobre o consumo de psicofármacos na última década que foi publicada na última edição da revista da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) — é interpretado pelos especialistas como uma boa notícia por revelar um maior acesso e diagnóstico de doentes a cuidados de saúde mental no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e uma melhor prescrição dos médicos. 

Público, 7 Agosto 2020

7 de agosto de 2020

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