Contactos de alto risco deixam de ser testados

Contactos de alto risco deixam de ser testados

Quem teve contacto de alto risco, muito próximo e por mais de 15 minutos com alguém infetado com o novo coronavírus vai deixar de ser necessariamente submetido à análise para determinar se foi contagiado. A indicação para não testar a generalidade das pessoas mais próximas de um caso positivo consta de uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) publicada na semana passada e está a provocar críticas severas na comunidade médica. O Governo é acusado de sacrificar a contenção do vírus para reduzir o número de infetados, melhorando a imagem do país.
No centro da discórdia está o ponto 19 da norma sobre o “rastreio de contactos”. Diz o articulado que fazer o teste de diagnóstico aos contactos de alto risco fica ao critério das autoridades de Saúde e é especialmente reservado para infeções em surtos, aglomerados ou coabitantes. À cautela, e apesar de não existir um resultado, terá de ser cumprido isolamento profilático de 14 dias. O problema está no facto de não serem identificadas as pessoas que privaram com o contacto de alto risco e que podem também estar infetadas. À partida, só serão sujeitas a teste se vierem a ter sintomas, mas, entretanto, perdeu-se a identificação precoce de novas infeções.
Face ao risco de uma propagação ainda mais silenciosa da covid, dois dos especialistas consultores da DGS encarregados, precisamente, da revisão de normas para a pandemia enviaram uma carta à diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, a comunicar que cessam funções se a regra não for retirada. Também o gabinete de crise da Ordem dos Médicos (OM) está “a ultimar um comunicado fortíssimo face à subjugação da saúde à política e à economia”.

Leia o artigo na edição do Expresso de 1 de Agosto 2020

1 de agosto de 2020

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