CRS reuniu com diretores de Internato Médico

CRS reuniu com diretores de Internato Médico

Foram 34 os diretores ou coordenadores de Internato Médico presentes na reunião, que decorreu no dia 23 de junho, com base no auditório da Ordem, onde estiveram 16 deles, enquanto outros 18 participaram por videoconferência, designadamente a partir da Madeira e dos Açores. A coordenação da reunião pertenceu ao presidente do CRS, Alexandre Valentim Lourenço, acompanhado pelo vogal Nuno Gaibino.

A possibilidade da formação repartida por um hospital central e um outro periférico foi um dos temas que suscitou debate. O presidente do Conselho Regional do Sul considera que “os internatos teriam a ganhar se a formação tivesse esse modelo”, o que poderia facilitar o maior acesso dos internos a certas práticas distintas e permitir também aos hospitais periféricos maior capacidade para fixar novos especialistas.

A necessidade de mudar o modelo de exames da especialidade mereceu “um grande consenso”, segundo disse Alexandre Valentim Lourenço na fase em que apresentou as conclusões da reunião, o que justifica, do seu ponto de vista, que se trabalhe num novo sistema de avaliação, designadamente recorrendo a uma nova prova escrita, opção que “muitas pessoas acham uma excelente ideia”, disse.

O presidente do Conselho Regional do Sul falou no final à Agência Lusa sobre os temas discutidos e destacou também a questão da colocação de médicos, cujo modelo considerou “completamente desfasado das boas práticas”.

“Os médicos são colocados por uma folha de Excel”, salientou, considerando que se está perante “uma colocação de médicos administrativa e não por necessidades dos serviços com os melhores perfis para cada um”.
Mas talvez o aspeto prático mais relevante abordado na reunião tenha sido a necessidade de recuperação dos ciclos de formação. Na verdade, a maior parte dos hospitais, devido à pandemia, começa agora a recuperar os ciclos de formação dos internatos, o que pode ter como consequência atrasos na colocação de especialistas.
O presidente do CRS recordou que “a maior parte dos hospitais sofreu um grande impacto” e foram interrompidos estágios, que é preciso retomar.
Com esta situação, os hospitais não terão no tempo previsível os especialistas formados, para poderem contratar.
Os problemas que afetam os internatos têm sido apontados como uma das razões para que se verifique um crescimento significativo do número de médicos a fazer a especialidade em hospitais privados.
Nas declarações à Lusa, Alexandre Valentim Lourenço considerou que os hospitais privados “têm muitas vezes maiores capacidades de resolver problemas porque não estão sob alçada de normas centrais políticas, e têm mais liberdade, quer para contratar, quer para proporcionar melhores estágios”.

23 de junho de 2021

Categorias

Categorias

Arquivo de Notícias

Arquivo