Debate sobre Inteligência Artificial

Debate sobre Inteligência Artificial

O Conselho Regional do Sul promove um debate sobre Inteligência Artificial, que terá lugar no dia 6 de novembro na Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, com a participação de Luís Campos Pinheiro (moderador), Ana Paiva (INESC), Patrícia Akester (juriconsultora) e José Miguel Jara (psiquiatra).
Emoção Artificial, um livro de Jorge Gomes Miranda editado pela Gradiva, é o ponto de partida para o debate.
Este livro é uma obra criativa em diálogo com a Inteligência Artificial e o Algoritmo, em que todos os poemas perseguem e questionam essas duas noções e realidades que já moldam e moldarão a vida do homem.
O mundo de agora que tempo e espaço concede ainda à inteligência poética? Que lugar ocupa esta ao lado das outras inteligências humanas face à inteligência artificial? E quais as consequências da presença hegemónica do algoritmo na (des)construção das nossas vidas?
Um dos filões de sentido de Emoção Artificial radica no método de investigação e escuta dos ruídos do mundo, distanciando-se de uma ideia de pureza, perfeição, neutral e amoral, associadas à vida no futuro.
Muitos dos personagens do livro — robots com envolvimento imaginativo e emocional com os humanos — evoluem de visita a lugares e personalidades em risco num tempo vindouro, mas cujo tumulto interior é posto em cena hoje quotidianamente.
Tempo presente alteado também através da nomeação das múltiplas tarefas e lugares criativos e de dissidência que o algoritmo não consegue diluir ou subjugar nas suas pesquisas; e da criação de outros modelos de linguagem alternativos nas procuras de novos mundos.
Daí a importância do erro e da imperfeição como constitutivos da ideia de beleza e da imprevisibilidade, pois nada do que é humano é estranho ao poema: a doença, o sofrimento e a crueldade, ou a compaixão, a alegria, a liberdade de pensamento e o amor.
Por isso basta que um leitor se aproxime para que os versos se disponham para a acção na sociedade do desconhecimento.
Observadores do homem no tempo presente e prenunciando o incerto mundo novo, estes corpos e máquinas conceptuais como que nos interpelam para esta distópica possibilidade: e se, sem absurdo, na sociedade do futuro os robots forem mais emotivos, compreensivos, compassivos do que os próprios humanos?
Chegaremos um dia a dizer que um humano precisa de um robot, do mesmo modo que, clamor tantas vezes inatendido, hoje sentimos que um humano necessita a seu lado de outro humano?

31 de outubro de 2023

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