Economia paralela pagava cinco orçamentos da Saúde

Economia paralela pagava cinco orçamentos da Saúde

O Observatório de Economia e Gestão de Fraude calcula que os valores da economia paralela não tenham mudado face a 2013, quando valiam 45,9 mil milhões de euros.

 

A economia paralela em Portugal vale perto de 46 mil milhões de euros, mais de 26% do PIB. É o mesmo que dizer que quase cinco orçamentos destinados à Saúde circulam à margem do fisco.

Os dados mais recentes do Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OBEGEF), da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, são relativos a 2013. Nessa altura, o índice da Economia não Registada elaborado pelo observatório indicava que a economia paralela valia 26,81% do PIB, o equivalente a 45,9 mil milhões de euros.

Entretanto, o observatório está a elaborar o índice com dados relativos a 2015, um estudo ainda não terminado, mas Óscar Afonso, do OBEGEF, disse ao DN/Dinheiro Vivo que "os primeiros resultados apontam para uma manutenção" desses valores.

Os dados diferem dos do Instituto Nacional de Estatística, que calcula que a economia paralela represente 13% do PIB. Uma das razões para esta diferença é o facto de o INE incluir nas suas estimativas indicadores como a prostituição e o tráfico de droga. A contabilização destes indicadores no PIB leva a uma redução do peso relativo da economia paralela.

A confirmarem-se os valores esperados para 2015, tributar a economia paralela seria suficiente para pagar cinco vezes custos como a isenção do pagamento de taxas moderadoras ou a abertura de novas Unidades de Saúde Familiar (que permitiria atribuir um médico de família a cada português). Estes são exemplos que constam do Orçamento do Estado para 2016, que prevê destinar 9,5 mil milhões de euros à Saúde.

 

Fonte: Diário de Notícias, 13 de Abril 2016

13 de abril de 2016

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