Falhou estratégia de desconfinamento. É preciso revê-la agora. Daqui a seis semanas, será tarde

Falhou estratégia de desconfinamento. É preciso revê-la agora. Daqui a seis semanas, será tarde

Na semana em que o primeiro-ministro António Costa admitiu que o país não aguentará mais um confinamento como o que tivemos, o DN pediu a quatro especialistas portugueses que explicassem aos leitores a sua visão sobre o que correu bem, o que falhou e o que é preciso fazer para se evitar o que tantos já anunciam: "O pior vai chegar no outono e no inverno." E para os quatro, Constantino Sakellarides, Aranda da Silva, Victor Ramos e Manuel Lopes, que se distinguem pelas funções na área da saúde e do medicamento, o momento de agir é agora.
Não há memória na saúde pública moderna de um confinamento e de um desconfinamento massivo como se tem vindo a assistir no mundo inteiro desde o início do ano. O mundo não estava preparado para o novo coronavírus que apareceu na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, no final de dezembro de 2019.Seis meses passados, a comunidade científica assegura que ainda muito pouco se sabe sobre ele e que a pandemia continua a acelerar. Os países avançam e recuam nas suas decisões; técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) emitem opiniões contrárias sobre o que deve ser feito e sobre o que aí vem. Mas há países que estão mais preparados do que outros. A Nova Zelândia assumiu uma estratégia que é considerada um exemplo até agora. Portugal também começou por o ser, as medidas adotadas para o confinamento tiveram resultados positivos, mas o mesmo já não se pode dizer do desconfinamento. Falhou a estratégia para o desconfinamento; falhou o aconselhamento científico sistemático mais abrangente para a definição dessa estratégia.
Nos três artigos que se seguem, os especialistas explicam que não houve uma estratégia que fizesse a transição do modelo do confinamento para o do desconfinamento e que é urgente repensar como se pode reverter a situação para que, quando as escolas abrirem, os serviços de saúde voltarem a receber doentes como recebiam, para quando a sociedade voltar à sua normalidade em pleno, não aconteça o que se receia: um aumento de casos exponencial em algumas regiões ou uma segunda vaga generalizada em todo o país, que poderá trazer consequências bem mais graves, serviços de saúde esgotados e o aumento da mortalidade.

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Fonte: DN online, 20 julho 2020

20 de julho de 2020

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