“Falsas” urgências aumentam e são 42% do total

“Falsas” urgências aumentam e são 42% do total

Número de camas para doentes agudos baixou ligeiramente no SNS em 2017, enquanto cresceu no sector privado.

A procura das urgências do Serviço Nacional de Saúde (SNS) diminuiu ligeiramente no ano passado, o que é um bom indicador, mas a percentagem de atendimentos vulgarmente designados como “falsos” porque poderiam ser tratados nos centros de saúde voltou a subir no ano passado. Representou 42% do total, regressando aos níveis de 2013, indica o relatório de acesso ao SNS que esta semana foi enviado para o Parlamento.

Num ano marcado por greves sucessivas de vários grupos profissionais, no SNS até se fizeram mais consultas e cirurgias programadas. Mas se o número de consultas nas unidades públicas aumentou enquanto diminuiu nos privados e no sector social, nas cirurgias programadas foi necessário em 2017 encaminhar mais doentes para os hospitais privados e das misericórdias por falta de resposta atempada nas unidades públicas.

São dados que constam do Relatório Anual sobre o Acesso a Cuidados de Saúde nos estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas e que evidenciam a grande pressão a que o serviço público está submetido. O número de episódios de urgência baixou, apesar de continuar acima dos seis milhões, mas agravou-se o problema dos doentes que poderiam ser vistos noutros locais (aqueles a quem são atribuídas pulseiras de baixa prioridade, verdes, azuis e brancas, casos considerados pouco ou nada urgentes). Foram 42% do total contra 40,7% no ano anterior.

Ao mesmo tempo, os hospitais do SNS operaram em 2017 o “número mais elevado de sempre” de doentes mas, ao contrário do que o ministro Adalberto Campos Fernandes pretendia, aumentaram substancialmente as cirurgias enviadas para os privados e para o sector social por falta de resposta atempada nos hospitais públicos.

 

Fonte: Público, 24 de junho 2018

25 de junho de 2018

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