Gastrenterologista e vice-campeão olímpico

Gastrenterologista e vice-campeão olímpico

Mário Gentil Quina, que era neto do cirurgião Francisco Gentil – patrono dos IPO –, seguiu uma tradição de gerações na família e formou-se em medicina em 1953, na Universidade de Lisboa, onde viria a doutorar-se em 1964. Foi depois professor catedrático de Medicina Interna e Gastrenterologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

No desporto, foi nos automóveis que ganhou a primeira medalha, aos 11 anos, durante uma gincana, dois anos depois de ter aprendido a conduzir. A paixão pela vela surgiu ainda em criança, iniciando-se no Centro de Vela da Mocidade Portuguesa, primeiro em Pedrouços (Lisboa) e depois na Cruz Quebrada.

«Meu pai, que era médico pediatra, sempre teve como preocupação estimular os filhos à prática desportiva, que considerava importante não só para a ocupação dos tempos livres, mas sobretudo como preparação física e psíquica. Indicou-me e aos meus quatro irmãos a vela», declarou numa entrevista biográfica em 2008.

Começava aí a longa caminhada que levaria Mário Quina à medalha de prata em Roma, com a embarcação «Má-Lindo». Era a segunda presença nos Jogos Olímpicos, sucedendo à estreia em Helsínquia (1952), onde obteve o 17.º lugar na classe finn. Voltaria a competir nos Jogos em 1968 (México, star, 17.º) e 1972 (Munique, classe dragão, 16.º).

Presidente da Federação Portuguesa de Vela entre 1987 e 1990, integrou como vice-presidente a primeira direção da Associação dos Atletas Olímpicos de Portugal, no mandato liderado pelo primo, o ex-bastonário da Ordem dos Médicos António Gentil Martins.

Mário Quina enfrentou com determinação as dificuldades de concluir o curso de medicina ao mesmo tempo que competia entre a elite da vela mundial. Também foi medalha de bronze, no Europeu da classe star, em 1965, ao lado de Manuel Ricciardi. E subiu ao Olimpo, em Roma, com um barco comprado a prestações - "quando o comprei, já se chamava Ma" Lindo. Teoricamente, era o mais lindo de todos. Achei piada ao nome e mantive-o", recordou, numa cerimónia de homenagem, em 2011.

O médico velejador vice-campeão olímpico, que foi condecorado em 2015 pelo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, faleceu a 8 de setembro de 2017, aos 83 anos, depois de uma carreira notável como médico e professor universitário.

5 de agosto de 2021

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