Governo quer menos 225 mil urgências e poupar nos medicamentos

Governo quer menos 225 mil urgências e poupar nos medicamentos

Gastos com remédios aumentaram défice. Governo aposta na negociação e na compra centralizada para conseguir poupanças.

 

O Ministério da Saúde quer reduzir neste ano as urgências em 3,7% e apostar na negociação com as farmacêuticas e na compra centralizada para poupar nos gastos com medicação. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) fechou 2015 com um saldo negativo de 259 milhões de euros, quando o previsto era um prejuízo de 30 milhões. O défice esperado para 2016 é de 179 milhões.

O ministro Adalberto Campos Fernandes explicou ontem que o acréscimo do défice se deveu ao aumento de custos com medicamentos para a hepatite C, alguns oncológicos e exames de diagnóstico. O governante já tinha afirmado a intenção de reorientar a procura das urgências – por ano, registam-se em média seis milhões – para os centros de saúde, com mais serviços e isenção de taxas moderadoras a quem vai referenciado pelo médico de família.

A estimativa para este ano são menos 3,7% de urgências, ou seja, menos 225 mil episódios. Inferior aos 10% inicialmente pretendidos e que significariam a poupança de 48 milhões de euros. Ao mesmo tempo quer aumentar as consultas nos hospitais (mais 191 mil), as cirurgias programadas (mais 15 mil) e as sessões em hospital de dia (mais 20 mil). Questionado na audição do Orçamento do Estado sobre a redução de recursos financeiros para os hospitais, o ministro Adalberto Campos Fernandes afirmou que é natural que isso aconteça até por algumas medidas que estão em negociação, como a entrega de medicamentos para o VIH pelas farmácias. O que implica um desvio do valor que antes era dos hospitais para as farmácias. Em relação às horas extraordinárias, frisou que “não devem pesar mais de 3% a 4% no valor com recursos humanos em vez dos 10% dos últimos anos”.

 

Fonte: Diário de Notícias, 3 de Março 2016

3 de março de 2016

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