No final de uma visita e de uma reunião com diretores de serviço e administradores do Hospital Garcia de Orta, o Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos referiu aos jornalistas que a falta de anestesistas é um problema transversal nos hospitais da Área Metropolitana de Lisboa (AML).
Nesta visita, Alexandre Valentim Lourenço foi acompanhado pelos presidentes do Conselho Sub-regional de Setúbal e do Conselho Sub-regional de Grande Lisboa, respetivamente Daniel Travancinha e Anselmo Costa. Também o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, esteve presente na reunião.
Segundo os próprios dados apresentados pela Administração, esta unidade hospitalar perdeu para o setor privado, em poucos anos, 40% dos especialistas em anestesiologa. Mas o problema não se reduz ao Garcia de Orta, como referiu aos jornalistas Alexandre Valentim Lourenço.
“Esta situação em termos de anestesia é transversal a toda a coroa metropolitana de Lisboa e por isso, se nós tentarmos resolver o problema pontual neste hospital, vamos destapar o lençol noutro hospital qualquer. Temos que ser capazes de captar médicos anestesistas competentes que estejam fora deste sistema. Ir buscá-los ao Garcia de Orta para meter no Fernando da Fonseca e depois ir buscar para meter em Cascais os que estariam no Hospital de Santa Maria não nos resolve o problema”, afirmou.
Segundo o Presidente do Conselho Regional do Sul, é preciso “quebrar este ciclo negativo” que faz com que haja menos profissionais nos hospitais públicos, até porque a falta de anestesistas “põe em risco a capacidade de assistência na urgência”, o que justifica o alerta para a necessidade de avaliar a “capacidade de formar especialistas”.
“Quanto menos médicos houver nos hospitais, nas suas funções de rotina, menos capacidade têm estes hospitais de fazer a formação. E por isso a Ordem dos Médicos está muito atenta aos níveis de formação e aos níveis de segurança mínimos definidos tecnicamente”, explicou.