Município secular da região centro não tem infetados. É um dos 83 concelhos do país que não constam do boletim de casos da DGS. Presidente da câmara, Humberto Marques, explicou ao DN como lidou com a pandemia e como contou com a colaboração de empresários locais e o "comportamento exemplar dos cidadãos".
Antecipar, antecipar, antecipar. Depois, informar, simular comportamentos e não esquecer que as pessoas precisam de comer quando se sentem em segurança e com saúde. Este é o segredo, se assim se pode chamar, de Óbidos, um dos concelhos do país que não constam da lista de casos positivos de covid-19 da Direção-Geral da Saúde (DGS). O organismo não revela quais os municípios livres do coronavírus, por questões de "privacidade estatística". No entanto divulga a lista dos que têm três ou mais infetados, que são já 225, segundo os dados revelados nesta terça-feira (19 de maio). Fazendo as contas e tendo em conta que Portugal tem 308 municípios, sobram 83 concelhos. Destes, pode dar-se o caso de terem até três infetados sem aparecerem nos registos.
O município de Óbidos, que vive do turismo e recebia cerca de quatro mil visitantes de todo o mundo por dia, não regista atualmente qualquer caso. O presidente da Câmara Municipal de Óbidos (CMO), Humberto Marques, explicou ao DN que não há casos de covid-19 no concelho, embora já tenha havido um cidadão infetado que esteve sempre assintomático e atualmente já está recuperado. Para já são 11 772 pessoas livres de covid-19.
Óbidos fechou-se numa bolha protetora ainda antes de o país ficar de quarentena, graças "ao comportamento exemplar dos cidadão" e a uma "antecipação de medidas". A CMO começou a agir ainda antes de 10 de março, com a criação de um grupo de trabalho coordenado pela delegada de saúde pública, que incluía as várias entidades governativas, de saúde, de socorro e da GNR, que, segundo o presidente do município, se revelou importante por ser revelador dos comportamentos das pessoas e levou a uma acréscimo de disciplina em relação ao normativo despacho do estado de emergência.
Fonte: Dn online, 20 Maio 2020