Incentivos só levaram 20 médicos para as zonas carenciadas

Incentivos só levaram 20 médicos para as zonas carenciadas

Medida foi criada pelo anterior ministro da Saúde em 2015. Prevê pagamento extra, mais dias de férias e vale por cinco anos.

 

Mil euros a mais no ordenado durante seis meses, mais dois dias de férias por cada um dos cinco anos de contrato e a ajuda na colocação do filho na escola só convenceram 20 médicos a ir trabalhar para as zonas mais carenciadas e nas especialidades com maior falta de clínicos. Sindicatos dizem que a fraca adesão a estes incentivos criados no ano passado pelo então ministro da Saúde Paulo Macedo era de esperar.

Atual Ministério da Saúde está a estudar novos apoios. O decreto-lei foi publicado em junho de 2015, mas só em agosto é que se tornou efetivo com a publicação do mapa das especialidades e zonas carenciadas: cardiologia, cirurgia geral, ginecologia/obstetrícia, medicina interna, ortopedia, pediatria, psiquiatria e urologia. A lista de zonas varia pouco: Alentejo, incluindo o Litoral, Algarve, Castelo Branco, Guarda, Caldas da Rainha, Torres Vedras, Abrantes, Tomar, Torres Novas ou Bragança.

Segundo a Administração Central do Sistema da Saúde (ACSS), "cerca de 20 médicos" aderiram aos incentivos para zonas carenciadas. Quem adere tem de ficar cinco anos no mesmo local. Recebe um valor adicional que começa nos mil euros, mas que baixa para os 500 ao final de seis meses. Nos quatro anos seguintes o valor é de 250 euros mensais, num total de 21 mil euros pelos cinco anos. Valor que terá de ser devolvido em parte se o médico sair mais cedo.

"Caso os médicos aderentes se mantenham neste regime durante os cinco anos em que o mesmo vigorará, estima-se que os gastos serão na ordem dos 420 mil euros", adianta a ACSS, referindo que há médicos a trabalhar, por exemplo, nas Unidades Locais de Saúde do Nordeste e Norte Alentejano e Centro Hospitalar do Algarve. E acrescenta que a lista de especialidades e hospitais carenciados para este ano ainda "se encontra em preparação".

 

Fonte: Diário de Notícias, 22 de Abril 2016

22 de abril de 2016

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