“A arte, a medicina e a solidariedade estão muito próximas e é fundamental continuarmos a preservar essa ideia”, defendeu Paulo Simões, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, na abertura da exposição PERDI A CABEÇA, no dia 1 de novembro, na Galeria Mário Botas da Ordem dos Médicos.
A mostra de cerâmica de Concha d’Orey, que estará patente de 1 a 15 de novembro, incluiu também quatro aguarelas de Paulo Simões e três desenhos de Francisco d’Oliveira Martins.
Paulo Simões considerou também que a importância de “preservar essa ideia de que todos nós podemos ser mais do que aquilo que fazemos”, referindo-se às atividades alternativas à profissão, que de facto muitos médicos mantêm, designadamente na área das artes.
O Presidente do Conselho Regional do Sul, ele próprio sobretudo um aguarelista, manifestou ainda o desejo de “continuar a apostar em mais eventos deste tipo e mais coisas bonitas” e sublinhou igualmente o especial prazer de nesta exposição estar junto com o Francisco d’Oliveira Martins, cirurgião que se tem dedicado nos últimos anos ao desenho e à pintura, ambos em associação com a Concha d’Orey.
A ceramista e escultora incentivada a falar pelo presidente do CRS agradeceu o convite de Paulo Simões e a parceria de Francisco d’Oliveira Martins e explicou como tinha nascido a ideia de expor na Ordem dos Médicos e que traços tem a sua exposição. “A ideia foi trabalhar cabeças, com momentos da vida que podem ser bons ou maus” e considerou que “tudo isto é um desafio”, referindo-se à iniciativa, uma vez que Concha faz este trabalho apenas desde 2021.
Segundo a ceramista, a iniciativa na Ordem dos Médicos tem muita razão de ser no contexto da diversidade que tem o simbólico “perder a cabeça”, porque “a medicina tem toda essa diversidade, tem tudo, tem momentos, tem desafios… e eu tenho ideias fixas”, rematou.
Francisco d’Oliveira Martins fechou as intervenções da abertura da exposição e reiterou a ideia de Paulo Simões de que a arte e a medicina são próximas.
“Tem todo o cabimento estarmos aqui na Ordem dos Médicos, porque cultivamos a ciência, com a medicina, e também a arte – a componente racional e a componente emocional”, disse o cirurgião.
De resto, para ele, “perder a cabeça é também encontrarmo-nos a nós próprios, é uma forma de juntarmos a racionalidade às emoções”, o que contribuiu para, “com todo o gosto”, participar na mostra, “de forma simples, com três desenhos”.
A exposição, cuja abertura contou com a presença de dezenas de pessoas, exibe 30 peças de cerâmica de Concha d’Orey, criadas especificamente para este evento, quatro aguarelas de Paulo Simões e três desenhos de Francisco d’Oliveira Martins.
Concha d'Orey, antes da abertura, referiu-se assim ao espírito da mostra: "Quem não perdeu já a cabeça? Por alguma coisa! Por alguém! Porque se zangou! Porque foi feliz! Porque se apaixonou! Porque escolheu um curso difícil! Porque..."