Os novos médicos da Região Sul fizeram o seu Juramento de Hipócrates no dia 27 de novembro, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. A cerimónia contou com momentos de animação e a tradicional entrega dos Prémios do Centro de Estudos Manuel Machado Macedo, além de intervenções de dirigentes da Ordem dos Médicos (OM) e da Secretária de Estado da Saúde.
O Bastonário da OM, que considerou que o Juramento de Hipócrates se trata de um “pacto irrevogável”, dirigiu-se aos jovens colegas sublinhando que “hoje recebem um privilégio raro: cuidar do que mais precioso temos – a vida humana”.
Segundo Carlos Cortes, o compromisso que os novos médicos passam a assumir “obriga-os a tornar a saúde da população uma prioridade”. Nesse sentido, alertou para a necessidade de exercer a profissão médica com consciência e rigor”, considerando que isso é um dos fatores que sustenta a Medicina.
Por seu turno, o Presidente do Conselho Regional do Sul reconheceu que a entrada dos novos colegas na profissão ocorre “num momento de elevada turbulência”, mas sublinhou que a “essência do dia-a-dia se vai resumir a algo simples: estar perante alguém que confia em nós”.
Paulo Simões referiu, ainda, que “a maior ferramenta diagnóstica” será a capacidade de os médicos ouvirem os doentes, ainda que possam enfrentar momentos de incerteza ou tomar decisões difíceis, “muitas vezes com poucos recursos”. “Curar é um objetivo, cuidar é uma obrigação”, acrescentou.
Por outro lado, o dirigente defendeu a importância de os médicos valorizarem o próprio bem-estar, físico e psicológico, pois “se não cuidarem de si próprios, a capacidade de cuidar dos outros vai diminuir”. “Sejam felizes na vossa vida pessoal para que possam ser médicos completos”. concluiu.
Já o Presidente do Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI) reconheceu que a incerteza e o receio “vão ser constantes” na vida dos jovens colegas, mas apelou aos mesmos para que “não escolham o caminho a seguir pelo medo disfarçado de pragmatismo”.
Em resposta à questão, por si colocada, “Como se motiva um jovem médico para se manter no sistema de saúde?”, o dirigente admitiu que é um mistério”, pois mesmo que seja possível eliminar todos os obstáculos “a profissão médica é um exercício único” e exigente.
A Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, fechou a ronda de intervenções, considerando que o Juramento de Hipócrates é um “compromisso solene com a ética, a humanidade e a ciência” e que a Medicina é tão desafiante como gratificante, no sentido em que “tem a capacidade de mudar vidas”.
No final de todos os discursos foi transmitida uma mensagem de vídeo do Presidente da República, gravada para a ocasião.
Presente na cerimónia e a acompanhar os dirigentes na mesa esteve também o Reitor da Universidade de Lisboa, Luís dos Anjos Ferreira.
No evento, que teve início com a intervenção do psiquiatra Gustavo Jesus, foi cumprida a habitual entrega dos Prémios do Centro de Estudos Manuel Machado Macedo, que distinguiram os três melhores alunos de cada uma das escolas médicas do Sul – Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, NOVA Medical School Faculdade de Ciências Médicas e Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve.
O programa do Juramento de Hipócrates 2025 terminou com a atuação da Tuna Médica de Lisboa.