Uma pessoa morreu e cinco outras sofreram efeitos neurológicos graves.
As conclusões do comité que analisou o que se passou no ensaio clínico, em França, a uma molécula da empresa farmacêutica portuguesa Bial — em que uma pessoa morreu e cinco outras tiveram efeitos neurológicos graves — são peremptórias: “O acidente que ocorreu em vários voluntários do ensaio (…) aparece claramente ligado à molécula testada”, lê-se no relatório, ontem divulgado, do Comité Científico Especializado Temporário criado pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento francesa (ANSM).
Em resposta oficial a estas conclusões, a Bial apenas diz ao PÚBLICO: “O relatório hoje [ontem] publicado não é conclusivo sobre a causa da morte do voluntário.”
Em Janeiro, seis voluntários de um ensaio clínico de fase I da molécula BIA 10-2474 foram hospitalizados em Rennes. Quatro dos cinco sobreviventes ficaram com lesões cerebrais graves. A ANSM criou um grupo de 12 peritos com o “objectivo de explorar as hipóteses farmacológicas e toxicológicas” deste acidente, lê-se no site da agência. Os peritos analisaram os dados sobre a classe de substâncias a que pertence a BIA 10-2474 — os “inibidores da FAAH” —, bem como dados sobre a molécula da Bial.
Fonte: Público, 20 de Abril 2016