Novo hospital atrairá mais médicos ao Alentejo

Novo hospital atrairá mais médicos ao Alentejo

Alexandre Valentim Lourenço, que falou aos internos e aos novos especialistas que optaram por se manter a trabalhar em Évora, numa sessão que decorreu no Évora Hotel, considerou que os médicos ficarão mais disponíveis para se fixarem no Alentejo com a construção do novo hospital, onde "terão equipamentos modernos e condições condignas para resolverem os problemas dos doentes".
Para o Presidente do Conselho Regional do SUl, todo o Alentejo beneficiará destas novas condições que permitem um modelo de organização hospitalar mais adequado, com valências repartidas pelos outros hospitais e mais articulação.
É com esse propósito que o Conselho Regional do Sul tem fomentado reuniões e encontros entre as direções das Sub-regiões de Portalegre, Évora, Beja e até Setúbal, procurando estabelecer as melhores soluções para os hospitais já existentes.
O dirigente assinalou também a importância de atrair os médicos a partir do internato na região, uma vez que as unidades de saúde "precisam de sangue novo para corresponder aos anseios de uma população, para a qual a proximidade e a presença de médicos com elevada qualidade técnica e de várias especialidades é fundamental".
Na mesa da sessão de receção aos internos e de homenagem aos novos especialistas da Sub-região de Évora da Ordem dos Médicos estiveram também a Presidente do Conselho Sub-regional de Évora, o juiz desembargador Mário Brás, Vice-Presidente do Tribunal da Relação de Évora, que fez uma intervenção com o tema "A responsabilidade civil do médico", e David Tomaz Rodrigues, que terminou a especialidade de MGF em 2018 e decidiu ficar a trabalhar no Alentejo.
O Bastonário da Ordem dos Médicos fez o encerramento da sessão, com um particular agradecimento ao juiz Mário Brás por ter abordado uma questão tão importante como a responsabilidade médica e aproveitou esse mote para dizer que "a responsabilidade dos médicos não é exatamente igual à das outras pessoas".
Miguel Guimarães sublinhou que os médicos têm "a missão mais difícil que se pode ter, que é a de tratar pessoas" e há sempre nessa atividade "a possibilidade de surgirem complicações". Contudo, referiu que se os médicos seguirem as boas práticas estarão  protegidos, embora já exista jurisprudência em outros países, que condena os médicos por uma prática que simplesmente correu mal. "A tudo é chamado erro" e não se distingue de uma complicação, lamentou.
Estas circunstâncias, segundo o Bastonário, reforçam a importância de legislar sobre o ato médico, que considerou não ser para proteger os médicos, mas sim os doentes. "A Medicina evoluiu muito e neste momento temos que respeitar as qualificações e as competências, caso contrário podemos, por um lado, não estar a tratar bem os doentes, e por outro a aumentar a responsabilidade, por estarmos a exercer atos médicos que provavelmente não devíamos estar a fazer", no caso de serem ultrapassadas as competências, disse.
Miguel Guimarães referiu-se então particularmente aos novos internos e aos que terminaram a especialidade e decidiram ficar em Évora. "Não podemos ter uma política de incentivos especial para os médicos, mas sim para a sociedade, e tem que se aplicar a todas as profissões para que seja possível desenvolver a massa crítica suficiente numa determinada região e assim fomentar o seu desenvolvimento e ser ela própria catalizadora das vontades".

24 de janeiro de 2019

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