Obstetrícia do HSFX sofre com falhas do CHULN

Obstetrícia do HSFX sofre com falhas do CHULN

O Conselho Regional do Sul emitiu um comunicado sobre a grave situação na Obstetrícia do Hospital de S. Francisco Xavier, onde a escala de urgência de novembro tem falhas inaceitáveis que põem em causa a qualidade da resposta às grávidas e às doentes que precisam de cuidados, porque faltam especialistas do Hospital de Santa Maria.

 

Leia abaixo o comunicado na íntegra.

 

OM Sul segue situação da Obstetrícia do HSFX e CHULN com muita preocupação

 

Uma delegação da Ordem dos Médicos do Sul reuniu-se hoje (27 de outubro) com a Administração e a direção de serviço de Obstetrícia do Hospital de S. Francisco Xavier (HSFX). Na reunião não estiveram representantes da direção clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHULN) nem do respetivo serviço de Ginecologia/Obstetrícia, embora tenham sido informados e convidados pela Ordem dos Médicos.

A reunião tinha como principal objetivo dar um contributo positivo para a resolução de problemas que se têm agudizado no modelo encontrado para colaboração entre estes dois serviços e que acabaram por se traduzir numa situação inaceitável na escala de urgência obstétrica durante o mês de novembro.

Depois da reunião, cresceram as preocupações com o modelo adotado para funcionar durante o tempo em que se fazem as obras no serviço do Hospital de Santa Maria.

Na verdade, não se trata de um problema de articulação, mas de um problema do serviço do Centro Hospitalar de Lisboa Norte que não está a cumprir o compromisso assumido de colocar equipas adequadas na urgência.

Não é aceitável existirem 2 ou 3 ginecologistas de urgência interna no CHULN e apenas um único especialista na equipa de urgência externa no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) quando deveriam estar pelo menos 4. E esta situação parece que se irá repetir em vários dias do mês de novembro e coloca em risco a assistência médica às grávidas e restantes doentes da região de Lisboa, numa altura em que as urgências limítrofes anunciam encerramentos parciais ou totais.

Esta situação é de facto inaceitável, segundo as normas estabelecidas pela Ordem dos Médicos, que têm em vista garantir a segurança dos doentes e a qualidade da Medicina praticada.

A delegação da Ordem dos Médicos, que incluiu Paulo Simões (presidente do Conselho Regional do Sul), Luís Campos Pinheiro (tesoureiro do CRS), José Manuel Furtado e Carlos Veríssimo (Colégio de Especialidade de Ginecologia/Obstetrícia), manifestou a sua preocupação e também o propósito de seguir o assunto, com vista à sua solução.

Mais considera que o caso exige a colaboração efetiva entre as duas administrações e as duas direções de serviço, para que as utentes, quem de facto interessa acima de tudo, tenham uma resposta capaz.

Nesse contexto, o Conselho Regional do Sul vai procurar reunir-se com a administração do CHULN, a direção clínica e a direção de serviço para apelar a essa colaboração e tentar perceber que razões estão na génese destas falhas.

De resto, a OM espera que a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde seja capaz de assumir as suas responsabilidades e intervir no sentido de precaver os problemas que estão em causa, salvaguardando as condições que são exigíveis para o trabalho destes especialistas, que se deslocam de um hospital para outro, em função de constrangimentos que não foram criados por eles.

A defesa da qualidade da Medicina e da segurança dos doentes é a principal preocupação da Ordem dos Médicos e será essa sempre a sua atitude em todos os casos que isso possa estar em risco.

 

 

O Conselho Regional do Sul,

Lisboa, 27 de outubro de 2023

27 de outubro de 2023

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