OM sul defende retoma do diálogo no CHULN

OM sul defende retoma do diálogo no CHULN

Luís Campos Pinheiro e Sandra Carmo Pereira, do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, e Carlos Veríssimo, do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia, deslocaram-se ao Hospital de Santa Maria, no dia 26 de junho, com o objetivo de ouvir a Administração do CHULN sobre a crise aberta no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, com a demissão dos chefes de equipa de urgência, depois da decisão do Conselho de Administração de cessar a comissão de serviço do diretor do Departamento.

No final da ronda de reuniões, Luís Campos Pinheiro disse aos jornalistas acreditar que os médicos estão "abertos a encontrar soluções" e afirmou ter recebido do Conselho de Administração do hospital "a mensagem de que estão abertos à comunicação".

"O papel da Ordem dos Médicos foi o de estabelecer uma ponte entre os médicos que estão exaustos, e que qualquer pequeno problema atua como uma faísca, com um Conselho de Administração que me pareceu muito aberto a querer ouvir os médicos e tentar encontrar um consenso”, disse o Tesoureiro do Conselho Regional do Sul, admitindo que saiu satisfeito das duas reuniões, que foram agendadas imediatamente depois da demissão dos chefes de equipa de urgência.

A crise no Hospital de Santa Maria foi desencadeada com um abaixo-assinado dos especialistas de Obstetrícia, em que estes manifestavam dúvidas sobre a necessidade de irem prestar serviço no hospital de S. Francisco Xavier, por causa das obras que vão começar na maternidade do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte.

O que está previsto é que, enquanto o bloco de partos do Hospital de Santa Maria estiver fechado para obras, os serviços fiquem concentrados no Hospital de S. Francisco Xavier (Centro Hospitalar Lisboa Ocidental), que encerrava de forma rotativa aos fins de semana e que, a partir de 1 de agosto, volta a funcionar ininterruptamente sete dias por semana.

Agora, Luís Campos Pinheiro diz ter recebido do conselho de Administração a garantia de que só vai trabalhar para o Hospital S. Francisco Xavier quem quiser - ou seja, acontece "voluntariamente" - e de que não haverá "alteração das férias". O dirigente da Ordem dos Médicos adiantou ainda que ficou "bem claro" que não vão ser retiradas as horas extraordinárias aos profissionais de saúde.

"Foi esse o compromisso que a Presidente do Conselho de Administração me deu, que eu podia transmitir àquela assembleia, àquela reunião de médicos, de que esses três pontos não estavam em causa", garantiu.

Só "três equipas de urgência" serão deslocadas para o S. Francisco Xavier – outra garantia dos administradores -, mas antes os médicos querem saber se "as condições do hospital são as adequadas ao exercício da profissão", pedido a que o Conselho de Administração também acedeu.

Luís Campos Pinheiro sublinhou ainda que, durante a reunião, houve ainda por parte dos médicos “uma crítica a como todo o processo tem decorrido”, sustentando que “o objetivo da Ordem dos Médicos foi o de acalmar os ânimos e apelar para que haja bom senso e que haja discussão e intervenção no plano de obras e de contingência que os médicos têm criticado por não estarem a ser ouvidos, mas que neste momento, aparentemente pelo menos há uma possibilidade de o fazerem”.
O dirigente adiantou que a especialidade de Obstetrícia é “uma especialidade muito fustigada pelas urgências e pelos planos de contingência sucessivos” desde a pandemia e, portanto, os profissionais “estão exaustos”, mas, vincou: “Achei que era um grupo de profissionais muito focado no tratamento das suas grávidas e, portanto, fiquei com uma sensação de que se vai conseguir chegar a um consenso e a uma estratégia construtiva”.

26 de junho de 2023

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