OM Sul e hospitais olham para o futuro

OM Sul e hospitais olham para o futuro

O Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, nas reuniões que teve com as direções clínicas e de serviços dos hospitais Garcia de Orta e de Setúbal manifestou duas preocupações. A primeira com "os internatos de especialidade e os programas de formação prejudicados", por cancelamento de estágios e pelo empenho dos internos no combate à pandemia, "à custa de grande voluntarismo". Mas também sublinhou o facto de a área de doentes não covid ter sido "profundamente afetada". Recorde-se que a 19 de fevereiro, data das visitas a estes dois hospitais, foram divulgados, no âmbito de um projeto da Ordem dos Médicos e da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, números preocupantes sobre os atrasos de consultas, que ascendem a 11,4 milhões.
"Como é que fazemos com os estágios de formação e os exames dos internos?", perguntou Alexandre Valentim Lourenço, que recordou os esforços que a Ordem dos Médicos tem feito para resolver estes problemas e apelou a uma "avaliação criteriosa caso a caso" pelas direções de internato médico dos hospitais. "Há especialidades em que não haverá problema de fazer os exames na época normal, mas noutros casos é preciso prolongar os prazos", disse na reunião com a direção clínica, diretores de vários serviços e também com uma representante da comissão de internos do Hospital de Setúbal.
Quanto à recuperação do seguimento e tratamento da doença não covid, o Presidente do Conselho Regional do Sul recordou que "os hospitais conseguiram resolver alguns problemas com alguma autonomia que tiveram no período da pandemia" e que isso deve "ser exemplo" para o futuro. Com um grau de autonomia maior, "é possível enfrentar melhor os problemas", disse, acrescentando que é preciso assumir "as responsabilidades" e que "as instituições deram uma resposta muito sólida" ao período terrível que se viveu.
No Hospital Garcia de Orta, Alexandre Valentim Lourenço tinha já referido duas horas antes, numa reunião similar, que "vai ser pedido de novo uma grande esforço aos profissionais" para enfrentar o que designou como "vaga não covid". E esse novo contexto vai encontrar os médicos e os outros profissionais esgotados, o que exige "uma grande preparação" e que as respostas da tutela estejam à altura de corresponder a esse esgotamento, "quer em contratação de recursos humanos quer na compensação devida que se exige".
Estes dois hospitais estiveram submetidos a grande pressão há duas semanas apenas, que obrigou à transferência de doentes, sobretudo para cuidados intensivos. Na visita, em que a delegação da Ordem conversou também com a médica francesa que está a trabalhar no Garcia de Orta ao abrigo da cooperação de França com Portugal, foi já visível alguma descompressão, designadamente os Cuidados Intensivos tinham já 10 camas livres para covid, segundo o diretor da unidade, Antero Fernandes.
Na reunião e visita aos serviços covid do Hospital Garcia de Orta, o presidente do Conselho Regional do Sul foi acompanhado pelo novo presidente do Conselho Nacional do Médico Interno da Ordem dos Médicos, Carlos Mendonça, e pelo presidente do Conselho Sub-regional de Setúbal da Ordem dos Médicos, Daniel Travancinha.
No Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, juntou-se também à delegação o vice-presidente do Conselho Sub-regional, Amaral Canelas.

 

19 de fevereiro de 2021

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