Ordens tornam-se agências de emprego para combater a crise

Ordens tornam-se agências de emprego para combater a crise

Publicam ofertas de empresas para estágios ou contratos no país e no estrangeiro. Neste ano a bolsa da Ordem dos Engenheiros já teve 270 anunciantes. A Ordem dos Médicos cobra a empresas espaço para anunciar.

 

As ordens dos médicos, dos farmacêuticos, dos engenheiros e dos arquitetos criaram bolsas de empregos onde têm disponíveis ofertas de trabalho em Portugal e no estrangeiro. Das quatro, apenas a dos médicos cobra dinheiro pela cedência do espaço. Criaram as bolsas quando a crise começou a arrastar muitos profissionais para o desemprego e quando emigrar se tomou o desejo ou uma opção forçada. Explicam que não são responsáveis pelos anúncios, mas têm regras para garantira qualidade dos mesmos.

A bolsa de emprego da Ordem dos Médicos (OM) tem dois anos e recebeu 84 anúncios: 57 para o estrangeiro e 24 para Portugal. Hospitais públicos, clinicas privadas, instituições sem fins lucrativos. Neste ano já são 12 as ofertas. Foi a crescente procura de empresas que levou à cobrança do espaço, é explicado no site, onde se refere que não são aceites anúncios de firmas de trabalho temporário. São 150 euros pela inserção, 75 pela atualização e 500 euros para ter o anúncio na homepage por um mês, ficando depois na bolsa. A cobrança é para anúncios de instituições, empresas públicas, privadas e setor social. Médicos e instituições sem fins lucrativos não pagam. As ofertas ficam no site sem limite de tempo.

 "Quando temos formação a mais para as necessidades, os médicos têm de procurar alternativas. A emigração é uma delas. Quisemos prestar um serviço aos médicos, informá-los sobre as disponibilidades de emprego no estrangeiro, e porque as empresas nos procuram. Somos meros intermediários. Canalizamos alguns dos proventos para o fundo de solidariedade. Também 2% das quotas serão canalizadas para este fundo", diz o bastonário, José Manuel Silva.

A Medicis Consult é uma das anunciantes com ofertas para França. Está a recrutar em Portugal há ano e meio. "O site da OM é mais uma opção. Estamos afazê-lo pela segunda vez. A vantagem é que comunicamos para o público-alvo. Até agora houve um contacto motivado pelo site da Ordem", diz Fátima Garcia, referindo que os médicos portugueses "gozam de boa reputação em França" e "não é difícil encontrar vagas para interessados".

Em três anos emigraram cerca de 1300 médicos.

 

Fonte: Diário de Notícias, 31 de Maio 2016

31 de maio de 2016

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