Médico defende a criação de um regulamento rígido que determine o comportamento do pai dentro do bloco operatório e alerta para risco do aumento de infeção para a mãe e filho.
Os pais vão poder assistir ao nascimento dos filhos quando o parto ocorrer por cesariana. Os médicos alertam que a presença de mais uma pessoa no bloco operatório representa um aumento do risco de infeção para a mãe e bebé. Os hospitais têm agora três meses para adaptar os blocos operatórios para receberem os acompanhantes das grávidas, segundo consta no despacho publicado ontem em Diário da República dos secretários de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e da Cidadania e Igualdade, Catarina Silva.
"O aumento de risco de infeção é proporcional ao número de pessoas dentro de um bloco operatório. Se os pais estão autorizados a assistir à cesariana é óbvio que há um acréscimo desse risco", afirmou ao CM Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e Obstetrícia.
O especialista considera ser necessário um "regulamento muito estrito" sobre o comportamento dos acompanhantes dentro do bloco operatório. "A medida não é reprovável, mas as pessoas não estão treinadas para estar num bloco. Deve existir um regulamento a prever a possibilidade de a pessoa sair no caso de alguma coisa correr mal", referiu Luís Graça.
O pai ou acompanhante pode ficar junto do bebé durante o recobro da mãe. Os hospitais devem criar condições para que exista um local onde o pai possa trocar de roupa e ainda criar um circuito em que possa movimentar-se sem colocar em causa a privacidade das utentes ou o funcionamento do serviço.
Fonte: Correio da Manhã, 20 de Abril 2016