Ruptura nas urgências de obstetrícia em Lisboa

Ruptura nas urgências de obstetrícia em Lisboa

Sindicato fala em mais médicos reformados, vagas que ficam por preencher e clínicos cada vez mais esgotados.

“Neste fim-de-semana, 4 e 5 de Setembro, todos os hospitais da área da Grande Lisboa estiveram sem capacidade de receber urgências de Obstetrícia/Ginecologia”, denunciou ontem o Sindicato Independente dos Médicos (SIM). Jorge Roque da Cunha relembra que em 2019 viveu-se um problema semelhante e que desde então houve mais médicos reformados, vagas colocadas a concurso para contratar novos especialistas que ficaram por preencher e clínicos cada vez mais esgotados.
Ministério da Saúde diz que região “foi reforçada com 21 especialistas em anestesiologia e com quatro em ginecologia-obstetrícia” no último concurso para contratação de jovens especialistas.
A falta de recursos humanos está a limitar a capacidade de resposta das urgências obstétricas na Grande Lisboa. O SIM, numa denúncia a
afixada no site do sindicato, revelou ontem que os serviços de urgência de obstetrícia/ginecologia dos hospitais da Grande Lisboa estiveram “em estado de contingência”, o que implica limitações ao CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) e o encaminhamento de grávidas pelo INEM para outra unidade.

Vagas vazias

Os motivos, aponta ao PÚBLICO, são “a quantidade de médicos que se reformaram — nos próximos três
anos prevê-se a aposentação de cerca de 1400 médicos hospitalares e 1200 médicos de família —, cerca de 50% das vagas colocadas neste concurso para obstetrícia ficaram por ocupar — são dados que fomos recolhendo junto das pessoas que concorreram — e o número de rescisões [com o SNS] que aconteceram”.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) confirmou ao PÚBLICO que “tem acompanhado e se tem reunido com os hospitais, com vista a garantir a normal actividade de todas as urgências das maternidades da zona da Grande Lisboa, promovendo, sempre que se justiÆque, o funcionamento em rede dos hospitais da região, garantindo assim uma resposta segura e de qualidade”.

Público, 7 setembro 2021

7 de setembro de 2021

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