Fernando Pereira defende a necessidade de sensibilizar a sociedade e os políticos para melhorarmos a capacidade de colheita de órgãos para transplante. O vogal do Conselho Regional do Sul disse-o no Global Health Forum, que decorreu no Centro de Congressos do Estoril, onde representou a Ordem dos Médicos.

É importante “sensibilizarmos a sociedade e começarmos a sensibilizar os decisores políticos de que é preciso voltar a investir no transplante e promover alternativas”, sublinhou Fernando Pereira – que se referia a novos formas de assegurar órgãos – na sessão paralela The Future of Transplantation, que decorreu na tarde de 29 de setembro de 2023.

Para o vogal do Conselho Regional do Sul é necessário discutir seriamente o assunto, envolvendo não só os “decisores”, mas também a “sociedade pública, a sociedade civil”, “para que possa haver avanço” e de modo a obter um maior leque de dadores vivos e recuperar os que se têm vindo a perder.

Fernando Pereira chamou a atenção para a importância de uma visão económica face a esta questão: “O transplante salva vidas, melhora a qualidade de vida na grande maioria dos doentes e na verdade poupa dinheiro aos serviços de Saúde, ao Estado, aos contribuintes, a toda a sociedade”, explicou o dirigente.

Esta sessão paralela, cuja leader foi Ana França, ex-coordenadora nacional de transplantação, e cujo comentador foi Luís Velez Lapão, professor na Universidade de Lisboa, contou com um painel diversificado formado por Simon Streit, do Hospital Universitário de Berlim, António Gonçalves, engenheiro e COO da JamHUB Solutions, Catarina Bolotinha, de biologia celular e molecular, Hugo Pinto Marques, diretor do Departamento de Cirurgia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Manuela Almeida, nefrologista, e Roberto Roncon de Albuquerque, diretor clínico do Centro Hospitalar de S. João.

Intervieram também na sessão a presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, Maria Antónia Escoval, tal como o anterior presidente, João Paulo Almeida e Sousa.